Blessed


Prólogo


Melissa

Tudo se envolve no escuro. A luz será consumida pelas trevas, independentemente do que possa acontecer. Só vejo negro e negro à minha volta. Por vezes, venerava a morte, para que finalmente pudesse ter descanso. A minha vida deu uma grande reviravolta quando mudei o meu estilo para gótico. Foi uma escolha um pouco estranha, mas era o que eu queria. Não pretendia chamar a atenção de ninguém, só queria estar só. Sempre vivi assim...sem amigos...sem ninguém com quem falar...uma vida que podia ser completamente descartada. Às vezes, quando me olhava ao espelho, perguntava sempre por que é que eu existia. Sou apenas uma pessoa a mais que não merece viver, após ter tido sérios problemas com a Polícia. Tudo em mim não fazia sentido, pois não conseguia com que alguém se aproximasse de mim. Essa foi uma das razões que me levou a transformar o meu “eu” num novo ser, mas a principal razão foi o meu pai. Andava sempre a ignorar-me, nunca falava comigo, andava sempre de um lado para o outro em viagens e ficava eu novamente sozinha...condenada a viver assim miseravelmente para o resto dos meus dias.
Gostava que algo mudasse,por instantes segundos, desejara que o próprio mundo onde eu vivia desaparecesse e se isso significasse que eu também poderia ser uma vítima, por mim tudo bem.
Sentia sempre uma dor profundamente agoniante no peito. Não era doença, isso é certo. Sentia que algo me faltava...algo para me completar.
Precisava de arranjar um objectivo, algo que me fizesse bem. Por isso, comecei a entrar no ramo da música. Comecei a tocar uns acordes na minha guitarra e foi assim que me tornei um pouco conhecida na minha cidade. Toquei várias vezes para um bar de um conhecido do meu pai, visto que fora obrigada a fazê-lo. Eu não ligava muito à fama. Não queria ser conhecida, queria apenas tocar e cantar para me sentir bem comigo própria, mas tudo o que me saía eram sempre melodias tristes.
Hoje era 13 de Março. O dia começava já num alvoroço, visto que estava já a anoitecer. Muitos carros na rua a fazer os habituais sons ensurdecedores, as pessoas a gritarem umas com as outras. Esperava que hoje o meu pai me visse, afinal era o meu dia de anos, completaria 16 anos. Como sempre, tinha o dia totalmente por minha conta. Família não tinha, se é que se pode chamar isso ao reles ser que me ignorava sempre e que nem sequer se dignava a deitar-me um olhar.
Durante duas horas preparara um pequeno bolo para mim, para ao menos ter algo que representasse o meu aniversário. Após isso, coloquei as minhas pulseiras, vesti-me e fui fazer mais uma tatuagem, mas desta vez no braço direito. Escolhi algo entre ramos negros de oliveira e garras penetrantes, mas no final acabou por me ficar perfeitamente aceitável.
Estava no meu quarto, dando voltas e mais voltas, sem saber o que fazer. Liguei um pouco a televisão e deleitei-me na minha cama, a ver os “American Idols”.
- Estes júris não arranjam ninguém melhor? Parecem todos uns completos ignorantes!
Desligando a televisão, enfiei-me por debaixo dos lençóis e encostei a minha cabeça à almofada e pouco a pouco, comecei a adormecer, deixando a realidade para trás para voltar ao mundo que eu havia criado. Parecia tudo tão negro e profundamente morto. Algo que por um lado me agradara, mas que por outro me provocara um enorme arrepio. Um estranho nevoeiro cerrado cercava os bosques da minha mente, fazendo um vulto negro aparecer à minha frente. Este estranho ser sussurrava umas frases assustadoras, depois dirigiu a mim, dizendo:
- Olá, minha cara...
Não sabia bem o que dizer, visto que nada igual me tinha aparecido assim nos sonhos. Inspirei fundo e então respondi:
- Olá...porque veio ter comigo?
- Venho apenas dar-te um presente. Digamos que é para celebrar o teu, como dizem os mortais, aniversário.
Começou a aproximar-se cada vez mais e um dos seus braços começara a elevar-se na minha direcção e com um dedo, tocara na minha testa, deixando-me completamente paralisada.
- Calma...isto não vai doer nada...
Uma dor exuberante começou a nascer na minha cabeça. Não sabia como, mas aquilo parecia tão real...
- Daqui para a frente, marco-te como minha.
- AHHHHHH.....

Quando tinha reparado, os meus olhos tinham aberto e um grande medo assombrava o meu corpo. Aquele sonho era mesmo macabro. Quando passei a mão pela minha cabeça, notara que havia algo de diferente. Então rapidamente me levantei e acendi a luz do meu quarto e observei-me atentamente ao espelho. Enquanto levantava alguns fios de cabelo, descobria uma estranha marca a cobrir uma pequena parte da minha testa: um quarto crescente negro virado ao contrário.
Então lembrei-me do que o vulto dissera: Daqui para a frente, marco-te como minha...
Aquilo tinha mesmo acontecido. Não tinha sido um sonho, mas um pesadelo. Um pesadelo do qual nunca haveria de acordar.




Vitor

16 comentários:

Nes disse...

Só posso dixer isto...estou deserta para ler o primeiro capitulo! a história está original, algo que só tu pensas-te, e isso torna-a especial... gostei muito daquilo que li até agora, continua ;)

bjs
Nes

joana disse...

Tal como disse vou comentar a tua história do início ao fim.
Dou-te os meus parabéns porque para início tá muito bom e espero que continues e que a imaginação não despareça.

Que Nyx te abençoe!
Joana

Katley disse...

Gostei, sim sim xD

Continua xD

Andreia disse...

Adorei.
Está muito bonito.
Vou seguir esta fanfic a partir de agora.

Vitor disse...

Obrigada.
Estou a fazer o meu melhor e ainda bem que gostaram.

Anónimo disse...

omg *-*
Adoreeii :D
vou acompanhar esta historia :D
Parabens Vitor

Rya Roberts disse...

Tá muito gira... Nunca pensei que pudesse gostar de alguém com uma afinidade pelas trevas, mas vejo que estava redondamente enganada!

Parabéns Vítor... Estou ansiosa pelo próximo capítulo! Quando sai?

Que Nyx vos acompanhe

Tina disse...

Também gostei ;D
Mas gostava de te fazer aquilo que se pode chamar de correcção.
Reparei numa coisa que de certa forma não foi agradavel, e isso tem haver com o uso de esteriotipos, que sempre foi uma coisa com que embirrei.
Quer dizer, cada pessoa é uma pessoa, e o facto de usares caracteriticas que muita gente concidera as basicas numa pessoa de certo tipo, acabas-te por torná-la algo abborrecida, e também um pouco vulgar.
Digo isto porque nas tuas palavras se traduz uma vontade de individualidade, alguém unico e diferente, que não se pode aproximar dos mais comuns esteriotipos, e percebo o porquê, visto que ela tem uma historia tão estranha e misteriosa pela frente, mas a realidade é que tentas-te fazê-la tão diferente que acabou por se tornar igual...
Perdoa-me se o erro for meu, talvez quisesses que fosse alguém banal, mas apenas ganhei uma certa embirração com aqueles que são vulgares e por conseguinte vazios e sem personalidade propria, que uma pessoa deve transbordar.
Mas á parte disso, gostei muito, e talvez seja dificil para ti por não seres uma rapariga e não pensares da mesma forma, por isso, aprecio o teu esforço, e sei que estás mais perto de atingir o objectivo do que todos os rapazes que conheço ou que poderei vir a conhecer.
De qualquer forma, duvidas não tenho em como vais melhorar isso, pelo que podes perceber, se é que chegas-te a ler, eu propria tenha dezenas de Tiques literarios, entre eles a dificuldade, que tenho vindo a combater, de desenvolver uma personalidade, dai o facto de algumas das coisas que parecem ter saido naturalmente tenham, na realidade, sido demasiado pensadas.
Mas vou acompanhar a fic, e com ela o teu "aperfeiçoamento", que sei que vai acontecer!
Boa Sorte, e não desistas, por mais que essa ideia te surja, ou por mais desmotivado que te sintas!
Bjs,
Tina!

Vitor disse...

Anya, não sei ainda.
Primeiro tenho de ver o primeiro capítulo. Só depois, saberei alguma coisa.
E Tina, obrigada pelo teu conselho.
É difícil, mas como já disse, tentarei fazer o melhor possível. A tua fanfic é muito boa. Claro que a minha (Blessed) não chegará a ser tão boa como a tua.
Obrigada pelo apoio.

Tina disse...

De nada!
E não tenhas duvidas, ás de ultrapassa-la sem esforço!
Bjs,
Tina!

Daniela RC disse...

Olá Vitor: Parabens, gostei muito deste inicio, estou ansiosa que seja publicada o proximo capitulo....bjs,
Danyela

The Unforgiven Souls disse...

Realmente consigo ver o mesmo que a Tina disse num testamento enorme :p

Mas a realidade é que ser ou não ser mulher ou homem nada tem haver com a capacidade de escrever... Apenas necessitas de uma coisa primordial quando se escreve, principalmente quando falamos no ponto de vista de uma personagem: alma. Quando sentires a própria alma da personagem, veres com os teus olhos a paixão a alastrar-se por cada palavra que deixas... Aí saberás que é algo que estás a fazer com qualidade, não importando minimamente a quantidade de comentários, apenas aquela paixão que corre latente...

(já vejo aqui um semi testamento...)

Não deveria estar a falar através deste perfil no blogger, mas pronto, estou a meio de umas coisas aqui e deparei-me a ler-te...

E digo-te que a nível de junção de palavras tens jeito... Nota-se pela forma que se lê, uma espécie de melodia que torna a forma de escrever especial... Então e quando lhe deres alma ainda melhor ficará...

Espero que consigas crescer ao longo que a própria Fanfic cresce!

Unforgiven Hugs!

(Sofia Duarte)

Anónimo disse...

Adorei o inicio desta FANTASTICA fanfic...nao pensei que gostaria da historia de uma miuda gotica.. parece muito prometedora!!!
Ja agora quando sai o proximo capitulo??? estou anciosa por ler
BJS

Vanessa disse...

Gostei muito deste início e estou bastante curiosa para saber o que vai acontecer daqui para a frente.

Sara disse...

Estou ansiosa pelo resto.

Um novo ser, depois de marcas azuis, vermelhas agora pretas :D

Continua o bom trabalho ;)

Maria Inês disse...

Gostei muito do inicio :)estou ansiosa por ler o proximo capitulo :D
Ainda nao deu para ver muita coisa, mas acho que tens bastante jeito :)
Continua e parabens vitor