Abandoned: Abismo

Olá pessoal,
Primeiro queria pedir desculpas, em nome da escritora (Tina), pela demora da fanfic, é que ela queria agradar aos seus seguidores, satisfazendo-os, para isso ela quis melhorar e melhorar este capítulo.
Mas finalmente aqui está ele. Esperemos que gostem e estejam á vontade para comentar.
Sem mais demoras:


Abandoned
18ºCapítulo


Continuava a ser o centro das atenções.
Esforçava-me para ignorar os comentários como “anormal”, “esquisita” e “diferente” que provinham não só do campo minado de adolescentes em volta, como da minha própria cabeça.
Não queria saber, não podia saber, aquilo pelo que a minha mãe estava a passar, não queria saber aquilo pelo qual Stevie Rae estava a passar, nem sequer queria saber aquilo pelo qual os meus amigos deviam estar a passar.
Eu só queria saber que EU estava a passar um mau bocado, que caíra num abismo de dor e angustia onde nada queria correr como planeado –na realidade, toda a gente só queria saber dos seus problemas e ficavam sempre à espera que eu os resolvesse.
Mas isso não era uma obrigação minha.
Estava sempre preocupada com o que havia de fazer para salvar os outros que nunca pensava em acabar com a minha angustia, só pensava nos outros, e se não pensar neles me tornava uma cabra, se quisesse apenas concentrar-me em mim para me salvar de um pesadelo real me tornava uma idiota egocêntrica, então bem que podia sê-lo.
Se estava a ser cabra?
Provavelmente.
Burra?
Talvez.
Egocêntrica?
Muito.
Mas estaria a fazer algo errado?
NÃO! Por amor de Nyx, eu não podia correr atrás das pessoas para as salvar o tempo todo, para lhes resolver os seus problemas sem nunca pensar nos meus. Eles alguma vez tinham pensado no que eu sofria? A resposta: nunca.
Os pensamentos esmigalhavam-me, as palavras torturavam-me e as imagens desfaziam-me, a ponto que a dor que sentia era agora física também, em vez de só emocional.
Eu sentia os braços a torcer-se, as pernas a rasgar-se e a cabeça a sucumbir com o peso de uma rocha –uma simples marioneta que todos queriam para si, para resolver os seus problemas.
E foi no preciso momento em que senti que as pernas não me sustentariam mais que cheguei à velha casa do jardineiro, o único refugio, o sitio onde ninguém me procuraria –eu tinha sido suficientemente inteligente para não contar a ninguém sobre aquele sitio.
Deixei-me cair sobre os joelhos e encostei a cara à pedra fria, que ironicamente era o único sitio onde me sentia quente o suficiente para continuar a viver, a respirar.
Continuei a pensar nos meus problemas, agora já chorava, já podia, já não estava ninguém para comentar.
A minha mente navegava pelas minhas memorias livremente, passando por todos os momentos terríveis, e eu não a impedia, não travava o rumo descontrolado e doloroso que a minha cabeça demasiado cheia escolhia –se calhar até o fez apenas para me provocar dor. Não interessava.
Passei pelo casamento da minha mãe, pelos incidentes de Heath com as drogas, pelo dia em que fora marcada, pela humilhação, pelos berros da minha mãe, pela escapadela para casa da minha avó, pela chegada, pelos fantasmas, pelo ritual, pelo sangue de Elliot, pelo Samhain, pela visão de Afrodite com a minha avó, pela terrível perda de Stevie Rae, pelos dias seguintes, pelo o visionamento de Heath, pela corrida até ao deposito, pelas viagens nos túneis, pelo novo contacto com Stevie Rae, por Neferet que me tirara a memoria, pelos sonhos terríveis que me perturbavam, pelo o dia em que os meus amigos me abandonaram, pelo sonho com o homem, pelos momentos de à pouco, e por muito mais…
E cada vez que os via, as lágrimas aumentavam nos meus olhos.
Percebi que tinha muito poucas memorias más dos meus anos de humana, e que em três meses eu batera o recorde de momentos terríveis que conseguira em anos…
Por mais bons momentos que passasse ali, a minha vida estava cheia de más memorias desde que me juntara à Casa da Noite.
Sem qualquer aviso prévio, o meu estômago dobrou-se.
Senti uma fome terrível assolar-me até quase perder os sentidos.
Mas eu tinha comido à pouco tempo.
Sem hesitar, cortei o polegar com a unha –isto porque sabia o que queria, porque tinha assimilado que passara a fazer parte de mim, porque tinha de o fazer.
Bebi, sofregamente, o sangue das minhas próprias veias, e embora tenha ficado parcialmente saciada, a fome continuava a apertar-me o estômago, e os meus dedos começavam a ficar dormentes.
Fiz um corte no pulso, e voltei a beber, e bebi, e bebi…
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Já começava a ficar fraca, o meu coração batia estonteantemente, já bebia daquilo à cerca de quinze minutos.
Por trás de mim, um ruído leve e quase inaudível fez-me largar a minha “refeição” (o que não deixa de ser irónico, visto que por este termo eu estava a “comer-me”) e virar-me para trás.
Tive medo que fosse alguém, que visse aquele espectáculo terrível. Calculei que estivesse medonha, pálida devido ao vampyrismo, mas também devido à perda de sangue, e com uma aureola carmesim brilhante à volta da boca.
Mas não era ninguém, era apenas um gato preto… Ou melhor, O gato preto: Lord.
Ele deslizou, suavemente, através do espaço pequeno, e colocou-se à minha frente, sem qualquer admiração.
Fitou-me com um olhar sábio, mais do que o de muitos humanos (esforcei-me por não pensar em Kayla na altura) como se compreendesse a minha situação –coisa que eu não compreendia.
Obrigou-me a olha-lo, a entrar na profundidade dos seus olhos e a ser envolvida por ela, depois, muito calmamente, deslocou-se até mim, e num movimento súbito, cravou uma única garra na barriga da minha perna.
A dor a seguir foi indescritível.
Só sei que parou, passados alguns segundos.
Era como se ele soubesse que quantidade de sangue eu tinha de perder, porque mal saíram alguns fios, a minha cabeça tombou e eu perdi os sentidos.

3 comentários:

Angel disse...

A história tá mm a ficar fixe!! Sabem quando é q a Tina vai postar o próximo capítulo??

Daniela RC disse...

Bem o próximo capitulo deve sair quarta ou quinta feira.

fiquem atentos.

bjs,
Danyela CdN

Tina disse...

Olá!
Obrigada Angel, fico feliz por gostares!
E, como disse a Danyela, o capitulo deve sair amanhã ou depois, porque não estive cá no fim de semana!
Bjs,
Tina!