"De acordo com 13ºRelatório Anual de Livros Banidos nas escolas públicas do Texas, House Of Night é a saga mais banida no Estado do Texas. Hum. Deixa-me ainda mais orgulhosa ser de Oklahoma! E, wow! Juntei-me a uma prestigiada companhia: Harper Lee, Ray Bradbury, John Steinbeck, Judy Blume, Salman Rushdie, Bram Stoker, and Cormac McCarthy (referindo apenas alguns autores que foram banidos).
Eu realmente adoro a ironia do sistema numa das escolas ter banido a minha saga inteira. Sim. Mesmo os livros que eu não escrevi nem publiquei. Como Afrodite diria, "Mesmo malucos, não?".
A luta contra o banimento de livros não é nova para mim. Como muitos de vocês sabem, eu dei aulas no Secundário durante 15 anos antes de me reformar para ser escritora a tempo inteiro. Durante esses anos eu fui contra pais/administradores/conselhho da escola com "visão em túnel", altivos e convencidos, com os quais eu insistia que uma pessoa ou um grupo de pessoas não tinham o direito de escolher por todos nós o que lemos ou não. Não, por favor compreendam que eu sempre apoiei o direito parental de deixar ou não deixar o seu filho/a ler um livro. [...] Mas nenhum pai tem o direito de escolher pelo sistema escolar, ou de uma biblioteca, se um dos livros geniais de Harper Lee deveria ou não estar na estante.
Recentemente fui entrevistada para uma revista de escritores e uma das questões foi que conselhos eu daria a jovens aspirantes a escritores de livros jovens-adultos. A minha resposta foi, basicamente, que um autor tem que realmente compreender os adolescentes para assim conseguir escrever para eles, e isto quer dizer que um autor muitas vezes tem que pressionar a barreira sobre o que é aceitável para muitos adultos, e escrever o que é real hoje em dia para os adolescentes.
A entrevistadora voltou-me com esta questão:
Com "aceitável para adultos", refere-se a sexo, drogas e outros comportamentos que os adultos preferem não pensar dos seus adolescentes a fazer? E no caso de escrever sobre este comportamentos em livros para jovens-adultos significa que é o que os jovens enfrentam nas suas vidas?
Esta é a minha resposta:
O caso de escrever sobre assuntos realistas para jovens tem muitos aspectos. Primeiro, existe o problema de credibilidade. Como disse antes, as crianças sabem quando tu as entendes ou não, e isto não difere se estás a falar há frente de centenas de alunos na sala de aula ou se estás a escrever para eles. Também, eu escrevo sempre o que gostaria de ler, e conheço muito bem adolescentes para querer ler/escrever sobre coisas do tipo Anita. Depois vem o facto de que ignorar não é a solução. Evitar assuntos que são desconfortáveis não funciona para mim a vários níveis: Eu acredito em Educação Sexual. Eu acredito em conversar honestamente com a minha filha sobre os assuntos desagradáveis da vida. Eu acredito que devemos encarar assuntos cara a cara com os adolescentes, mesmo que isso signifique que eu escrevo a série mais banida do Estado do Texas. Vamos ser honestos sobre o que as nossas crianças lidam hoje em dia com fundamentos diários e uma comunicação aberta com eles para que não tenham que enfrentar esses assuntos sozinhos!
A ACLU disse uma coisa parecida no seu relatório:
"Tal como as crianças crescem, talvez os pais também deveriam crescer. Em vez de tentar prevenir pré-adolescentes e adolescentes de lerem sobre o que eles já sabem, os pais é que deveriam ler para descobrir o que está a acontecer com outros adolescentes da mesma idade. Depois os pais podem usar os livros como ponto de partida para ter conversas sinceras com os filhos, sobre valores e comportamentos. Assim todos podem aprender algo. Ao contrário de banir a literatura jovem-adulta, vamos todos ler um pouco e conversar sobre isso."
É a verdade: PESSOAS LIVRES LEÊM LIVREMENTE. Só porque alguém discorda com algo, não tem o direito de censurar por todos nós.
Eu tenho visitado alguns blogues para ver o que estão a dizer sobre a minha saga ter sido banida. Um blogue disse que entendia o porquê disto tudo, pois os meus livros são basicamente sobre muito sexo oral. O quê? Reparem, isto demonstra uma das coisas mais nauseantes sobre as pessoas que gostam de decidir o que os outros devem ou não ler: a maioria deles nem lê os trabalhos que estão a criticar. Um dos meus exemplos favoritos aconteceu há alguns anos na minha aula de Inglês do 2ºano. Estava a ensinar uma das unidades da peça Les Miserables, e usei o musical da PBS do 10° aniversário, onde actores e actrizes famosos do estúdio de Londres encenaram a peça. Eu dei aos meus alunos fotocópias das letras da música, para que eles pudessem acompanhar (e citassem partes das músicas depois num trabalho que eu tinha dado para eles). Então, uma criança levou a letra para casa. A mãe abriu na música Lovely Ladies, leu algumas linhas (literalmente, duas ou três), e passou há frente para a música Javert’s Stars, que é a música que ele canta para Deus antes de se suicidar. Ela ligou imediatamente ao Director e insistiu que eu parasse de ensinar Les Miserables porque "não passava nada além de prostitutas e suicídios". Eu recusei parar de ensinar um clássio que eu sempre ensinei já há uma década por causa de uma mãe, e continuei com o trabalho de educar jovens mentes. Só recebi notícias do Director quando ele foi-me dizer para não me preocupar sobre deixar de dar os Les Miserables (os quais eu não tinha excluído mesmo), porque a mãe tinha ligado e retirado a sua reclamação. Pelos vistos alguém na igreja disse a ela que a peça era boa, então ela concordou que estava tudo bem. Não, ela não se deu ao trabalho de ler mais as letras, ou assistir ao musical da PBS, ou ler o livro de Victor Hugo.
Resumindo: LEIAM ALGUNS LIVROS BANIDOS. Falem sobre eles. Partilhe-os. Erguam as vossas vozes sobre o direito de liberdade de expressão como um cidadão americano."
Eu realmente adoro a ironia do sistema numa das escolas ter banido a minha saga inteira. Sim. Mesmo os livros que eu não escrevi nem publiquei. Como Afrodite diria, "Mesmo malucos, não?".
A luta contra o banimento de livros não é nova para mim. Como muitos de vocês sabem, eu dei aulas no Secundário durante 15 anos antes de me reformar para ser escritora a tempo inteiro. Durante esses anos eu fui contra pais/administradores/conselhho da escola com "visão em túnel", altivos e convencidos, com os quais eu insistia que uma pessoa ou um grupo de pessoas não tinham o direito de escolher por todos nós o que lemos ou não. Não, por favor compreendam que eu sempre apoiei o direito parental de deixar ou não deixar o seu filho/a ler um livro. [...] Mas nenhum pai tem o direito de escolher pelo sistema escolar, ou de uma biblioteca, se um dos livros geniais de Harper Lee deveria ou não estar na estante.
Recentemente fui entrevistada para uma revista de escritores e uma das questões foi que conselhos eu daria a jovens aspirantes a escritores de livros jovens-adultos. A minha resposta foi, basicamente, que um autor tem que realmente compreender os adolescentes para assim conseguir escrever para eles, e isto quer dizer que um autor muitas vezes tem que pressionar a barreira sobre o que é aceitável para muitos adultos, e escrever o que é real hoje em dia para os adolescentes.
A entrevistadora voltou-me com esta questão:
Com "aceitável para adultos", refere-se a sexo, drogas e outros comportamentos que os adultos preferem não pensar dos seus adolescentes a fazer? E no caso de escrever sobre este comportamentos em livros para jovens-adultos significa que é o que os jovens enfrentam nas suas vidas?
Esta é a minha resposta:
O caso de escrever sobre assuntos realistas para jovens tem muitos aspectos. Primeiro, existe o problema de credibilidade. Como disse antes, as crianças sabem quando tu as entendes ou não, e isto não difere se estás a falar há frente de centenas de alunos na sala de aula ou se estás a escrever para eles. Também, eu escrevo sempre o que gostaria de ler, e conheço muito bem adolescentes para querer ler/escrever sobre coisas do tipo Anita. Depois vem o facto de que ignorar não é a solução. Evitar assuntos que são desconfortáveis não funciona para mim a vários níveis: Eu acredito em Educação Sexual. Eu acredito em conversar honestamente com a minha filha sobre os assuntos desagradáveis da vida. Eu acredito que devemos encarar assuntos cara a cara com os adolescentes, mesmo que isso signifique que eu escrevo a série mais banida do Estado do Texas. Vamos ser honestos sobre o que as nossas crianças lidam hoje em dia com fundamentos diários e uma comunicação aberta com eles para que não tenham que enfrentar esses assuntos sozinhos!
A ACLU disse uma coisa parecida no seu relatório:
"Tal como as crianças crescem, talvez os pais também deveriam crescer. Em vez de tentar prevenir pré-adolescentes e adolescentes de lerem sobre o que eles já sabem, os pais é que deveriam ler para descobrir o que está a acontecer com outros adolescentes da mesma idade. Depois os pais podem usar os livros como ponto de partida para ter conversas sinceras com os filhos, sobre valores e comportamentos. Assim todos podem aprender algo. Ao contrário de banir a literatura jovem-adulta, vamos todos ler um pouco e conversar sobre isso."
É a verdade: PESSOAS LIVRES LEÊM LIVREMENTE. Só porque alguém discorda com algo, não tem o direito de censurar por todos nós.
Eu tenho visitado alguns blogues para ver o que estão a dizer sobre a minha saga ter sido banida. Um blogue disse que entendia o porquê disto tudo, pois os meus livros são basicamente sobre muito sexo oral. O quê? Reparem, isto demonstra uma das coisas mais nauseantes sobre as pessoas que gostam de decidir o que os outros devem ou não ler: a maioria deles nem lê os trabalhos que estão a criticar. Um dos meus exemplos favoritos aconteceu há alguns anos na minha aula de Inglês do 2ºano. Estava a ensinar uma das unidades da peça Les Miserables, e usei o musical da PBS do 10° aniversário, onde actores e actrizes famosos do estúdio de Londres encenaram a peça. Eu dei aos meus alunos fotocópias das letras da música, para que eles pudessem acompanhar (e citassem partes das músicas depois num trabalho que eu tinha dado para eles). Então, uma criança levou a letra para casa. A mãe abriu na música Lovely Ladies, leu algumas linhas (literalmente, duas ou três), e passou há frente para a música Javert’s Stars, que é a música que ele canta para Deus antes de se suicidar. Ela ligou imediatamente ao Director e insistiu que eu parasse de ensinar Les Miserables porque "não passava nada além de prostitutas e suicídios". Eu recusei parar de ensinar um clássio que eu sempre ensinei já há uma década por causa de uma mãe, e continuei com o trabalho de educar jovens mentes. Só recebi notícias do Director quando ele foi-me dizer para não me preocupar sobre deixar de dar os Les Miserables (os quais eu não tinha excluído mesmo), porque a mãe tinha ligado e retirado a sua reclamação. Pelos vistos alguém na igreja disse a ela que a peça era boa, então ela concordou que estava tudo bem. Não, ela não se deu ao trabalho de ler mais as letras, ou assistir ao musical da PBS, ou ler o livro de Victor Hugo.
Resumindo: LEIAM ALGUNS LIVROS BANIDOS. Falem sobre eles. Partilhe-os. Erguam as vossas vozes sobre o direito de liberdade de expressão como um cidadão americano."
Tradução e Adaptação: Casa da Noite Portugal
Fonte
2 comentários:
Ora aí está um dos bons motivos de gostar de viver em Portugal. Podemos ser apenas um cantinho no fim do mundo como muitos acham, mas ao menos cá não há nada dessas tretas de proibir livros. A censura já acabou aqui faz anos, ao contrário do que acontece num país que se acha tão liberal.
GOD --'
condordo plenamente! Os pais e que deveriam ler para entender os filhos!
Enfim...continua a ser uma das minhas sagas preferidas :)
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