Capitulo 4
Nunca pensei que ser uma iniciada vamyra fosse tão fixe. Agora percebo porque os humanos querem que os vampyros sejam postos à parte na sociedade. Sempre pensei que fossem góticos e que devorassem pessoas enquanto lhes chupavam literalmente o sangue. Mas na verdade são simplesmente perfeitos. São talentosos e os rapazes são todos perdidos de bons. Ter sido marcada foi a melhor coisa que me podia ter acontecido, pelo menos no que diz respeito à escola. A aula de teatro foi o máximo, o professora Pedro é fantástico, e perdido de bom. Ele achou que eu tinha muito potencial e que nasci para ser actriz.
-Então Mariana? Como correu a tua primeira aula?
-Correu muito bem, obrigada por perguntar professora Beatriz.
-Hmmmm… vejo que estás feliz, ainda bem que percebeste que a nossa deusa só escolhe quem está mesmo destinado. – fiquei chocada a olhar para ela, mas como raio é que ela sabia o que eu tinha estado a pensar há poucos minutos? Terei eu falado em foz alta e não percebido? Ela chegou-se a mim e disse-me baixinho: ”- Coisa de vampyro”
************
-Fantástico! Era só o que me faltava! Vampyros que lêem a mente, mas aqui não pode haver privacidade? Andava às voltas a resmungar pelo quarto.
A minha colega de quarto estava deitada em cima da cama, a atirar uma bola ao ar. Saí irritada do quarto e percorri o caminho até ao pátio, para apanhar um pouco de ar. Sentei-me por baixo de um enorme carvalho, encostando-me ao tronco. Como é que a vida de uma pessoa pode mudar de um dia para o outro? Será que o meu irmão tinha saudades minhas? E a minha mãe?
Levantei-me afastando todos aqueles pensamentos, e comecei a caminhar pelo pátio. Ia a caminhar perto do muro oriental quando vi uma rapariga, a chorar encostada a uma árvore. Fiquei preocupa e dirigi-me a ela para perguntar se estava tudo bem.
-Olá está tudo bem contigo? – a rapariga segurava numa rosa vermelha com as duas mãos. Fungou e olhou para mim com um olhar… eu já vira aquele olhar, era um olhar desesperado, um olhar vazio.
-Tu…tu consegues ver-me? Tu estas mesmo a ver-me?
-Hã? Sim, quer dizer, tu estás aqui certo? Fantástico, a miúda é doida.
-Não, eu não estou aqui, Morri! - Fungou com força e recomeçou a chorar.
-Não morreste nada, estas aqui. Eu estou a ver-te. Como te chamas?
-Chamava-me Margarida, mas morri. Foi ele… Morri por causa dele… - estava mesmo a ficar seriamente preocupada com a sanidade mental desta rapariga. Se calhar devia ligar a alguém para me ajudar. Peguei no telemóvel e procurei o número de Joka. Esperei, ansiosa até finalmente a minha amiga atender.
-ESTOU?
-Joka preciso urgentemente da tua ajuda!
-O que se passa? Acordaste me do meu sono de beleza e isso é algo inadmissível, eu preciso de…
-Está bem mas vem já ter comigo! Estou perto do muro orienta! - Desliguei o telemóvel e virei-me novamente para a rapariga. Ela continuava a chorar agarrada a uma rosa vermelha.
-Quando dizes que morreste queres dizer:” Ai o meu namorado acabou comigo e vou morrer”? Olhei para a rosa que ela segurava na mão. Ela olhou para mim.
-Eu morri mesmo, foi ele… ele… - retomou o choro. Virei-me para ver se havia algum sinal de Joka. Ela aproximava-se a um passo rápido na minha direcção.
-Podes explicar-me, qual é a urgência que me fez sair da minha caminha, para o sol com os meus olhinhos a arder?
-Não estás a ver? Apontei para a rapariga que continuava a chorar.
-Sim Mariana, isto é o que se chama uma árvore… Joka apontou para a rapariga.
-Estou a referir-me à rapariga, e não à árvore.
-Mas que rapariga? Não está aqui mais ninguém.
-Mas tu estás cega? Ela está mesmo aqui cheguei-me perto da rapariga para lhe levantar o braço, mas a minha mão trespassou-a e toquei no vazio. Ok, das duas uma, ou estava a sonhar ou teria de consultar com urgência um psiquiatra.
3 comentários:
Estou a adorar! Continua!
Bjs
Adorei, adorei, adorei!
Continua! (:
Obrigada pelo apoio :)
Enviar um comentário