Olá Filhos e Filhas das Trevas!
Era a Mãe. Atendi.
- Mãe, já devias saber que a esta hora eu estou a dormir! – resmungo.
- Pois, é, Zoey. Mas o Jonh não está em casa e quero falar contigo
- Uau, no dia em que sou Marcada não lhe queres mentir, e agora ligas-me às escondidas? E a seguir, a minha irmã perfeitinha virou freira? Ou o cromo do meu irmão mais novo aprendeu a ler sem ser as capas de jogos de vídeos?
- Zoey, filha, não sejas assim. E quero pedir-te desculpa. Sei que não gostas de misturar os teus anos com o Natal, e isso tudo, mas o que é que eu podia fazer? Sabes Zoey? O Jonh anda a beber e muito. Diz coisas como “Ela vai pagar!” ou “Eles não vão sobreviver” e ri-se sem mais nem menos. Acho que está louco!
- Não está louco, Mãe. Apenas andou a… - hesitei. Queria mesmo dar esse desgosto à minha Mãe? Ou apenas a queria avisar?
- Zoey? Estás aí? O que é que me ias para dizer?
- Hum… Ele não está louco Mãe.
- Isso já me disseste. Mas o resto?
- Não é nada. Paranóia – quem me dera que isso fosse verdade… - Tenta apenas ter cuidado com ele. Se tem andado tããão bêbedo pode descontrolar-se. Agora deixas-me dormir?
- Sim, querida.
Desligo outra vez a chamada e olho para o relógio. Cinco da tarde. Nem valia a pena tentar adormecer outra vez. Levantei-me, fui à casa de banho e tomei um duche, apesar de ter sido só para refrescar a cabeça, porque me deitei outra vez na cama, absorta nos meus pensamentos enquanto ia olhando para o relógio.
Quando faltavam vinte e cinco para as seis marquei o número de Heath e esperei que ele atendesse
- Zo, finalmente! Porque é que não me ligaste logo?
- Hum… Olá Heath, sim estou bem e tu?
- Também, mas o que é que se passou naquele dia?
- Heath, diz-me: não sonhaste comigo?
- Não, Zo, tenho tentado mas não consigo. Quer dizer, estive a dormir a sesta – senti-o corar – e sonhei que estávamos numa praia os dois, que éramos amigos e assim. Mas diz-me por favoooor o que se passou!
- Hum… nós… bem, nós quebrámos a Impressão – disse feliz, por o que o sonho tinha mesmo acontecido, mais ou menos… pelo menos ele também sonhara o mesmo que eu…
- Hã? – inquiriu.
- Nós Quebrámos A Impressão – repeti espaçadamente e devagarinho para ele perceber bem
- Como? Quer dizer, nós tínhamos uma coisa mesmo muito forte, como é que foi quebrada assim de um momento para o outro? E nem fazes ideia o que senti naquele momento. Parecia que me iam arrancar o estômago e o coração.
- Hum… pois.. é verdade é que… - as palavras não me saiam. Como, (Como?) é que ia explicar a Heath (pela segunda vez, mas esta a sério) que fora para a cama com um PROFESSOR, que bebemos sangue um do outro e que foi por isso que quebrámos a nossa Impressão? Que eu já não era virgem e no mesmo dia em que isso acontece, o Loren morre, deixando-me de rastos quando quebro esta nova Impressão, depois de descobrir que ele me estava a enganar, e que agora ele se transformou num morto-vivo e eu curei-o, ele prometeu não voltar a chatear-me mas não sei se é isso que quero, para além de que agora tenho um único namorado com quem deveria acabar (que a propósito também é vampyro – ou seja estarmos a beber sangue um do outro é quebrar as regras)?
- Zo?
- Hum… eu… Heath, eu já não sou… Já não sou… Pronto vê isto assim, bebi sangue de um vampyro, ele bebeu do meu, o que quebrou a nossa Impressão porque eu e ele criámos uma, depois fomos para a cama, o meu namorado apanha-nos, depois vou à procura do vampyro, que se chamava Loren, e encontro-o com outra, que agora é a minha pior inimiga. – pausa – depois, uma gaja que se tornou humana para trazer a minha melhor amiga de volta sai da escola, o que alerta Neferet, e ele pensa que era eu, porque ela não sabia se era humano, iniciado ou vampyro, também sai do perímetro da escola e matam-no lá fora. – acabei o meu resumo confuso e alongado
- Portaaaanto… Já não és virgem?
- Não. – acho que Heath fez uma proeza: resumiu um resumo.
- Mas Zoey, nós estivemos quase… e depois enfias-te na cama com outro?
- Hum… pois… ele era o meu terceiro namorado… - corei
- Terceiro? Era? Zoey, pensava que só te tinha de partilhar com aquele gajo.. o Erik… - crispou ele
- Sim, Heath, e já sei, vais-me chamar puta e assim, depois voltas a beber, a fumar, procuras-me e quando te encontro podre de bêbedo, dizes que me amas mas que o teu estado lastimável é culpa minha.
- Não vou voltar a beber. Nem a fumar. Deixei de vez. E não te vou chamar nada… Eu também te enganei… sabes, na festa, naquele fim-de-semana antes de ficares com a Marca? Eu e a Kayla embebedámo-nos e curtimos… - ele parecia triste, enjoado e totalmente arrependido com esta última parte.
- Hum... bem… estamos quites?
- Sim, acho que sim Zo. Achas que posso ir aí? – tossiu desalmada e longamente. Pelos vistos a doença não foi só no meu sonho
- Não sei, Heath, mas olha, talvez amanhã ou depois te diga, se calhar, se houver visita mensal cá possas vir. Tenho saudades tuas… - Disse-lhe
- Eu também Zo, fico à espera, então – ele disse-me mais sobre como se sentiu, depois mandou-me um beijo grande e desligou.
Deixei-me deitar na cama, onde acho ter adormecido passado meia hora (e pela terceira vez)
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