Especial Traida, por Vitor

Olá Filhos e Filhas das Trevas!

O nosso querido Vitor fez outro especial, desta vez o ponto de vista de Afrodite no 2º Capitulo de Traida.
ESPECIAL TRAÍDA Afrodite
Estava na hora da visita mensal dos pais. E já ia com certeza ouvir dos meus pais. Aquilo que me aconteceu…estragou completamente a minha vida social, arruinou a minha dignidade e fez-me ficar sem as únicas amigas que tinha. Destruíram-me por completo e os meus pais não iam deixar-me em paz sem um bom sermão a servir. Até tinha medo do que eles podiam dizer.
As horas aproximavam-se da meia-noite, uma hora estranha para visitas assim mas quando se é um iniciado vampyro, o dia troca de lugar com a noite e vice-versa. Aproximara-me de um jardim e junto a ele, estavam os meus pais. Ia enfrentar o que o destino me reservara.
Comecei a caminhar até eles, chegando por fim a encará-los e mantendo uma distância considerável. Foi mais por puro respeito que eu lhes tinha. Afinal, são meus pais. Eu não podia fazer nada para os contrariar.
- Olá, mãe. Olá, pai. Está tudo bem convosco?
A atitude de ambos assustou-me severamente, assim como a posição que tomavam diante de mim. Nunca imaginara aquela situação na minha vida. Nunca vira os meus pais tão zangados.
- Tu és um desapontamento após o outro, Afrodite. – Dissera a minha mãe, numa voz fria e delicada.
- Desiludiste-nos, Afrodite. – Dizia o meu pai, enquanto me olhava com um olhar de desprezo.
Os meus pais tinham mesmo dito aquilo? Mal podia acreditar naquilo que ouvia. Acho que já nem posso confiar nos meus sentidos. Mas tinha que aguentar o sermão todo. Para o meu próprio bem, era melhor não os interromper.
- Já foi mau o suficiente tu teres sido Marcada e significado que tu não poderias frequentar Chatam Hall, especialmente depois de tudo o que fiz para que tu fosses aceite. – Continuou a minha mãe.
O meu pai estava tão fora de si que até começava a andar de um lado para o outro, para se tentar acalmar. Começava já a pensar se isto tudo não seria um sonho. Ou um pesadelo, talvez. Quer fosse ou não, estava a ganhar forma na realidade. E só isso, fazia-me sentir…triste.
Eu queria ter seguido aquilo que a minha mãe queria para mim. Eu queria ter feito tudo e mais alguma coisa que estivesse ao meu alcance para ser uma mulher perfeita, mas como fui Marcada, nada seria como aquilo que imaginara ser. Tinha mais decisões a tomar.
Por enquanto, sentei-me num banco que está ao pé de um canteiro. Eles pareciam que estavam à espera que eu dissesse algo e então disse:
- Eu sei, mãe. Sinto muito.
Eu sabia que não adiantava de nada pedir desculpas. Nada serviria para remediar a situação decorrente. Sentia-me impotente ao lado deles. Eles representavam-se como pessoas importantes na cidade e eu era a sua filha. Devia mostrar o mesmo brilho da família: o brilho do sucesso. Mas agora tudo se desvanecera, à medida que a mãe se retorquia mais no assunto.
- Esqueceste-te que o teu pai é o prefeito de Tulsa? – Dissera ela, de uma forma viciosa.
- Não, não, é claro que não, mãe. – Disse em resposta.
Mas ela continuava a não me ouvir. Eu não estava habituada a ser ignorada daquela maneira. Não estava habituada a ser assim tão maltratada. Não estava habituada a nada.
Embora ela continuasse a fingir que não me ouvia, continuou o seu discurso:
- É um problema e tanto o facto de tu estares aqui em vez de estares na Costa Leste, preparando-se para Harvard que é difícil o suficiente, mas nós consolamo-nos com o facto de que os vampyros podem conseguir dinheiro, poder e sucesso. E esperamos que fosses bem sucedida… - Ela parou de falar por breves momentos e olhou-me de uma forma tão amarga que até senti um arrepio a percorrer-me a espinha. – De forma excepcional. E agora ficamos a saber que já não és a líder das Filhas das Trevas e que foste rejeitada como Alta Sacerdotisa em treino, o que faz com que tu não sejas diferente de nenhum destes desperdícios que frequentam esta escola miserável.
Apercebi-me que ela até tinha hesitado, como se precisasse de se acalmar antes de continuar com o seu longo, mas doloroso sermão. Quando ela falou de novo, senti um enorme peso de culpa a entoar-se em mim.
- O teu comportamento é inaceitável.
Vi o meu pai voltar-se de novo para mim, mas ainda desiludido. O ar estava demasiado tenso e as coisas não estavam a correr bem. Por este andar, ainda vou sofrer mais daquilo que já estava a sofrer. Eu não queria deixar os meus pais naquele estado. Eu queria ser perfeita em tudo o que podia. Mas tudo correu mal assim que aquela estúpida cabra veio para a Casa da Noite. Aquela miserável da Zoey Redbird.
- Como sempre, tu desapontaste-nos. – Refilava o meu pai, repetindo as mesmas palavras que me dissera ao início da conversa.
- Tu já disseste isso, pai. – Respondi, soando como sempre.
E fiz mal em ter dito aquilo. A minha mãe bateu-me com tanta força que o choque entre a pele da minha cara e a pele da sua mão me fez tremer de medo. Levei a minha mão à minha bochecha, que ainda me causava uma exuberante dor, e curvei a cabeça. Comecei a chorar, derramando lágrimas por todo o meu rosto.
- Não chores. Eu já te disse antes, as lágrimas significam fraqueza. Pelo menos, faz isso da maneira certa e não chores. – Disse ela.
Levantei a minha cabeça devagar e fui tirando a mão que estava pressionada contra a bochecha.
- Eu não queria realmente desapontar-te, mãe. Eu realmente sinto muito.
- Dizeres que sentes muito não conserta nada. – Voltou a dizer. – O que queremos saber é o que é que tu vais fazer sobre conseguires a tua posição de volta.
Eu realmente sentia-me mal comigo própria. Tudo isto acontecera por minha culpa. Mas agora não podia consertar as coisas. Já estava feito e as decisões que normalmente Neferet tomava, nunca nenhuma fora sujeita a alguma excepção ou alteração.
- Eu…eu não posso fazer nada. – Disse eu, deixando de ter esperança e, de certa forma, muito jovem. – Eu fiz asneira. A Neferet apanhou-me Ela tirou-me o título de Líder de Filhas Negras e deu a outra pessoa. Acho que ela está mesmo a considerar em me transferir para outra Casa da Noite.
- Nós já sabemos disso. – Disse de novo a minha mãe, erguendo a sua voz e juntando as palavras para que elas parecessem feitas de gelo. – Falamos com Neferet antes de te vermos. Ela ia transferir-te para outra escola, mas nós intercedemos. Tu permanecerás nesta escola. Também tentamos falar com ela sobre devolver a tua posição, depois de, talvez, um tempo de restrição ou castigo.
- Mãe, tu fizeste isso? – Até notei que a minha voz estava horrorizada. A minha mãe tinha mesmo feito algo por mim? Eu até fiquei parva para a minha vida.
- É claro que fizemos! Esperavas que não íamos fazer nada enquanto tu destróis o teu futuro, passando de uma vampyra ninguém para indescritivelmente estranha da Casa da Noite? – Disse ela.
- Mais do que tu já fizeste. – Acrescentou o meu pai.
- Mas não é sobre eu ter que cumprir algum tipo de castigo. – Dizia eu, enquanto controlava a frustração e mostrava o “razoável” para os meus pais. – Eu fiz asneira. Das grandes. Isso é mau o suficiente, mas existe cá uma pessoa cujos poderes são maiores que os meus. Mesmo que a Neferet supere o facto de estar irritada comigo, ela não me vai devolver o título de Líder das Filhas Negras. – E então disse uma coisa que realmente me deixou em estado de choque temporário – A outra rapariga é melhor líder que eu. Apercebi-me disso em Samhain. Ela merece ser a líder das Filhas Negras. Eu não.
A minha mãe avançou mais um passo até estar de novo perto de mim. Pensei que ela me fosse bater, mas não o fez. Em vez disso, ela curvou o seu rosto (que era belo por natureza. Eu tinha que sair a alguém), para que este olhasse directamente para o meu.
- Nunca digas que alguém merece mais do que tu. Tu és minha filha e irás sempre merecer o melhor. – Ergueu-se e passou uma das suas mãos pelo seu cabelo perfeito. – Não conseguimos fazer com que a Neferet devolvesse a tua posição como Líder, por isso, tu irás convencê-la.
- Mas, mãe, eu já te disse… - Mas quando ia continuar, o meu pai cortou-me literalmente a palavra, intercedendo logo a seguir.
- Tia a rapariga nova do caminho e a Neferet estará mais propensa em te devolver a tua posição.
- Desacredita-a. Faz com que ela cometa erros. E então certifica-te que outra pessoa conte à Neferet sobre eles e não tu. Vai parecer melhor desse jeito. – Dizia ela, como se estivesse a falar da roupa que eu iria usar amanhã ou coisa do género.
- E cuida-te. O teu comportamento tem que ser além do perfeito. Talvez tu devesses ser mais aberta com as tuas visões, pelo menos por enquanto. – Disse o meu pai de seguida.
- Mas tu disseste-me para manter as visões para mim, que elas eram a fonte do meu poder. – Disse em resposta.
Primeiro ouvia uma coisa, depois ouvia outras. Já estava suficientemente baralhada e ainda não percebia bem o que se passava no meio da conversa.
- As visões não são a tua fonte de poder. – Dizia ele. – Tu nunca ouves? Eu disse que as tuas visões poderiam ser usadas para tu ganhares poder, porque informação é sempre poder. A fonte das suas visões é a Mudança que acontece no teu corpo. É genética, só isso.
- É para ser um dom de uma deusa. – Disse eu, suavemente.
E de repente, a risada da minha mãe mais parecia fria e distante do que uma simples risada. Às vezes, nem sequer consigo compreendê-la. A ela e ao meu pai.
- Não sejas idiota. Se existe tal coisa como uma deusa, então por que é que ela te daria poderes? Tu és apenas uma ridícula criança, e uma que está frequentemente a cometer erros. E essa tua última escapadela provou isso mais uma vez. Então, sê inteligente e muda, Afrodite. Usa as tuas visões para ganhar de novo a confiança, mas age de forma humilde em relação a isso. Tens que fazer com que a Neferet acredite que tu estás realmente arrependida.
Só pelas palavras que dizia, que mais pareciam enormes badaladas na escuridão, faziam com que eu tivesse ainda medo de dizer alguma coisa que pudesse estragar o ambiente que por breves momentos parecera calmo.
Apenas levantei um pequeno sussurro e disse, em voz baixa: “Eu sinto muito.”
- Esperamos notícias muito melhores no próximo mês.
- Sim, mãe.
- Óptimo, agora leva-nos para que possamos misturar-nos com os outros.
- Por favor, posso ficar aqui um pouco? Eu realmente não me estou a sentir bem.
- Absolutamente não. O que é que as pessoas diriam? – Disse a minha mãe. Como é que tenho paciência para sequer ouvir os caprichos dela? – Controla-te. Tu irás escoltar-nos de volta ao salão e serás graciosa nisso. Agora.
Levantei-me devagar do banco em que estava e levei-os então até ao salão. Foram logo misturar-se com o resto dos pais. Manter o bom nome da família – Pensei.
Mantinha na minha cabeça a extensa conversa que tivera com os meus pais. Os enormes ramalhetes que sofrer. Tudo acontecera daquela forma por causa daquela estúpida. Agora mantinha um novo objectivo na minha gente: humilhar e destruir, por completo, a Zoey Redbird. Esse seria o meu próximo passo. Esse seria o meu principal objectivo.

5 comentários:

Catarina disse...

ADOREI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Tá mesmo lindo, ainda bem k o fizeste V. kero mais e mais e mais e mais conclusão: vais ter k continuar a escrever :P

Que Nyx te abençoe

Bjs,
Cat

joana disse...

Adorei maninho xD
Espero que continues e escrevas aquela perte, ia ficar msmm boaa. ;)
Ai de ti q desistas.

Que Nyx te abençoe!
Joana

Anónimo disse...

Tava a explorar o blog e encontrei este especial, tá mesmo excelente parabéns. Tens muito jeito espero que continues.

Bjs,
Sofia :)

Anónimo disse...

eish está altamente, adorei a sério. as tuas ideias para este especial tão de mais, nunca pensei vir a gostar tanto. vou continuar a seguir o que escreves :)

e como dizem aqui:
Que Nyx te abençoe!
Vitória

Angie; disse...

Ta perfeita! adorei lê-la! foi como ler uma continuaçao de House of Night! adorei!