Nova fanfic: Unprotected - Prólogo

Olá Filhos e Filhas das trevas!

Tenho uma novidade para vocês. A nossa querida Tina está de volta!!! Hoje deixo-vos o prólogo e a partir da próxima semana, todas as Quintas-Feiras pelas 22h teremos um capitulo novo. Agora, desfrutem!


Prólogo

Savanna Miller – Nova Vida… Ou alguma coisa do género…

Estava a morrer. Sabia disso, e não era por causa do “biip” intermitente do monitor ao meu lado, não era por causa dos médicos que acorriam à sala, não era por causa do choro da minha “mãe” adoptiva, nem por causa dos soluços que o meu “pai” adoptivo abafava no cabelo dela e também não era por sentir uma dor lancinante nos pulmões e a respiração pesada –Eu sabia porque sim, porque sentia a vida escoar-se de mim.
Apetecia-me abrir os olhos e consolar a minha mãe e o meu pai, que eu adorava. Queria pedir que não chorassem, que isso ia tornar a minha morte algo triste e horripilante, e eu não me queria sentir assim quando morresse –E podia parecer algo saído de um filme de romance ou uma história de aventura. Mas não era. Era quase como cobardia, por não querer vê-los tristes. Por saber que assim ia ter medo da minha decisão e que me ia agarrar à vida. Mas eu não queria fazê-lo. Prometera isso a mim mesma, à dois meses, quando me disseram que eu poderia sobreviver à horrível pneumonia que tinha apanhado, mas teria de me esforçar para isso. –E sim, eu era uma medricas, e por isso é que decidira não lutar, não sofrer mais, quando o momento chegasse.
Senti o peito elevar-se e estremecer com os choques que me davam no peito. Falência Cardíaca. Sabia isso porque lera muito sobre o assunto, sabia exactamente como me deveria sentir, e era assim que me sentia.
Maldita pneumonia! Eu tinha uma vida feliz, fora adoptada com menos de um mês de vida, baptizada de Savanna e acolhida por Catherine e Mortimer. Os meus pais. Os mesmos que tinham dado tudo pela minha educação. Os mesmos que tinham hipotecado a casa duas vezes para me curar. Os mesmos que choravam por mim ao meu lado, que tinham dado tudo para me ver respirar mais um segundo, e eu era uma cobarde ao desistir de tudo e entregar-me à morte, deixando-os sem dinheiro, sem nada… Eu não me agarrara à vida por eles, eu era cobarde e egocêntrica por isso, e sentia cada palavra como mais uma facada nos pulmões.
Deixei uma lágrima escapar por entre os meus olhos fechados, sem conseguir escondê-la. De imediato, ouvi a voz da minha mãe.
-N… Não te pre… p…preo…cupes –balbuciou ela, entre soluções, agarrando a minha mão gelada –Não vai doer nada, eles mandam a dor embora!
A sua voz ficava mais forte e mais embargada à medida que lutava contra os soluços que irrompiam do seu peito.
Não podia fazer aquilo, despedir-me dos meus pais daquela forma. Eram três da manhã (ou pelo menos eram quando eu entrei numa profunda agonia), eu acordara-os para me verem morrer. Ou era praticamente isso…
Obriguei-me a abrir os olhos, e fitar a minha mãe e o meu pai.
A minha voz era sufocada quando consegui balbuciar, entre espasmos:
-Ado…ro…vos! –a mão da minha mãe apertou mais a minha quando ela se deitou sobre mim, a chorar. Senti a cabeça erguer-se e um pequeno toque na face, quando o meu pai me beijou.
-Também te adoramos, Anne.
Depois disso, tudo se tornou mais indistinto. Já não me doía nada, as minhas dores estavam controladas pela morfina que me corria, cada vez mais lenta, nas veias.
Ouvi uma voz grave a ecoar na minha cabeça, como se estivesse do outro lado de uma grande Igreja, algo como «Têm de sair, ela já não recupera a consciência.» ouvi o berro da minha mãe, lancinante e agoniado, quando ouviu aquilo. A voz do meu pai elevava-se a todas as outras, enquanto ele gritava sobre os direitos que tinha sobre mim… Bem, daqui a uns minutos os seus direitos seriam sobre o meu cadáver. Teria engolido em seco se me sobrasse saliva para o fazer.
Tinha começado tudo à dois anos, tinha eu catorze, durante um Inverno muito frio. Tinha apanhado uma leve constipação. Lembro-me perfeitamente de ter o nariz encarnado e de me esconder quando Bernard passara por mim, no corredor… Era tão fútil! Primeiro, porque Bernard era lindo de morrer, daí eu ter-me apaixonado perdidamente por ele. Segundo: Ele revelara-se um idiota, que dizia “gostar delas por usar”, e que se atirava às virgens. Terceiro: Só por acaso, eu dera-lhe uma sapatada e mandara-o passear. Quarto: Porque na altura estava mais preocupada com a aparência do que com a constipação, dai andar de Top e mini saia em pleno Inverno –Eu era estúpida, admito.
De qualquer forma, a minha constipação agravara-se, dando origem numa constipação muito chatinhas, daquelas que nos deixam de rastos de a arder em febre –Nada que eu não suportasse.
E de constipação passara a gripe, e a gripe piorara, degenerando numa pequena pneumonia.
Mas a minha pneumonia agravara-se, e os medicamentos não a travavam. Nada a travava.
E quando, à dois mesinhos, me disseram que finalmente tinham descoberto algo com Setenta e Cinco porcento de hipóteses de diminuir a minha pneumonia, eu tomara a decisão de morrer… Credo, a minha mente parecia a mente de alguém que vivera toda a vida a limpar a casa de banho da tia avó má, era gay (nada contra eles, mas conheço alguns homofóbicos), tinha SIDA e não tinha amigos –Ah, e já que estamos nesta de piorar a vida de alguém inventado, podemos dizer que o tiozinho tarado abusava dele.
Mas eu tinha tido uma infância bestial, e também tinha sido uma adolescente normal, até que apanhara uma constipação num Inverno muito mauzinho em que por acaso também estava apaixonada pelo Bernard Lewis… Pois, a culpa era dele. Completamente dele. Só e apenas dele.
É, naõ quero morrer a pensar que sou a má da fita, por isso vou atirar as culpas para cima do gajo mais idiota do Secundário… Pois, parecia-me bem.
Aliás, ele não se dignara sequer a assinar o grande cartão de Melhoras que todo o liceu tinha assinado. Era um idiota. Comportava-se como um idiota. E eu achava-o um idiota.
E aquele dia também não podia ser pior porque:
1. Acordara com náuseas e umas terríveis dores de cabeça.
2. Estava a morrer.
3. O meu pai tinha perdido a “luta” e já não se encontrava na sala.
4. Eu era uma cobarde.
Certinho e prontinho, tal como o trabalho de histórias que eu fizera à três meses e enviei por E-mail e que me valeu um A+ (embora eu ache que tenha sido mais por pena do que outra coisa).
Nesse momento, ouvi passadas a entrarem no quarto.
«Oh, por favor, não desliguem já a Morfina!» implorava mentalmente «Deixem-me continuar sem dores durante estes próximos minutos, depois JURO que morro!!»
No entanto, os passos não continuaram, e pareceram estacar, a meio do percurso… Mas que raio…? Eles costumavam pôr alguém a ver as pessoas morrer? Meu Deus, que deprimente!
Quando comecei a duvidar da existência de alguém dentro da sala, ouvi uma voz, que parecia sufocada pelas lágrimas, a tristeza e o horror, murmurar:
-Está errado. Tu devias… Bem, ela não te Escolheu, mas eu Escolho-te! Tu pertences-me, e não partirás já!
Senti uma explosão na cabeça, e consegui entreabrir ligeiramente os olhos para ver um vulto negro como breu sair apressadamente pela porta.
Senti-me desfalecer (e eu já sabia bem qual era a sensação).
Bem… Se aquilo era a Morte, deixava muito a desejar…


Tina

Que Nyx vos abençoe!

5 comentários:

Vitor disse...

Adorei, Tina.
Esta fic parece ser muito boa e tá mto bem escrita.

COntinua!!

Nes disse...

hmm...mt bom :D cativa!

Bjs
Nes

Anónimo disse...

Fantástica!
Adoro, escreves super bem e tens imensa criatividade!
Continua, quero ver muito mais =D

Beijinhos, Bia

Anónimo disse...

Está muito boa esta fic. Continua assim.

Bia disse...

simplesmente LINDO!
adoro adoro adoro ;)