Capítulo 11
-Bem, bem, estás com uma cara Mia – Observou Erin, brincando com um bocadinho de tomate que tinha no prato.
-Há problemas por aí não? – Questionou Shaunne
Suspirei. As gémeas eram bastante intuitivas mas não consigo perceber porquê. Talvez aquilo que observei no corredor me tivesse levado mesmo abaixo. Mas há muitos mais porquês a ecoar na minha cabeça. Como é que aquilo me incomodava tanto? “Aquilo” traduz-se por “Erik”. Eu nem sabia se gostava mesmo dele… Quer dizer, sentia algo por ele mas, não sei se é o que me faço acreditar que é. Quando estou com ele sinto uma atracção inexplicável e parece que “não me controlo”. Quando não estamos juntos… Tenho estes pensamentos. Acho que ele é só uma pessoa, sem qualquer significado.
Coloquei as duas mãos em cima da mesa com a palmas das mãos para baixo.
-Que se passa? – Perguntou Jack colocando as suas mãos em cima dos meus ombros.
Ergui as sobrancelhas e tentei lembrar-me de uma outra coisa para dizer. Melody. Eles tinham que saber. Como é que tenho estado só a pensar em problemas amorosos quando tenho problemas ainda mais importantes para resolver?
- A Melody hoje foi atacada. Eu estava lá perto e fui socorre-la com o Erik
-Porque estava lá o Erik? – Interrompeu-me Zoey
-Talvez porque é o orientador da Mia – Explicou Damien, erguendo as sobrancelhas, absorto.
-Ela foi atacada por, acho que foi um corvo gigante.
As gémeas e o Jack começaram-se a rir e a Zoey e o Damien suprimiam um sorriso.
-Pois, está bem! – Conseguiu dizer Shaunne entre o riso.
-Tem cuidado quando saíres à rua gémea!
-Ai isso é que vou ter!
Não acreditava naquilo. Eles já não tinham provas suficientes de que a magia existia e com ela também criaturas que dantes só viviam na nossa imaginação?
Ou talvez nada tenha mudado, talvez seja eu que esteja a ficar… DOIDA. Sim, estou doida. Eu disse isto? Porque não era isto que eu queria pensar, não consegui controlar. É um pensamento, não se controla.
-Estou bastante cansada e vou indo para o dormitório – Disse antes de lhes virar as costas e me dirigir para o meu quarto. Pelo caminho, fui contra Barbie.
-Vê lá por onde andas animal
Revirei os olhos e tentei contorná-la, mas ela colocou-se à minha frente.
-Tem cuidado com aquilo que fazes. Não quero que me estragues os planos.
-Mas de que é que estás para aí a falar?
Ela semi-cerrou os olhos.
-Estou farta que pessoas como tu me estraguem a vida. Pessoas que dizem ser algo que não são, que nos traem a confiança.
Fiquei surpreendida com o que ela me acabou de dizer e, por segundos, pensei que ela pudesse estar bêbada. Mas não, ela estava bem, sóbria.
-Acho que me estás a confundir com alguém, porque não faço a mínima ideia daquilo que estás para aí a dizer.
-Talvez – Encolheu os ombros.
Nesse momento a luz foi abaixo e vi algo a mexer-se violentamente nas sombras.
-Barbie? – Perguntei mas não obtive resposta.
Senti um calafrio percorrer-me a espinha e os pêlos da nuca a eriçarem. A figura que se apresentava à minha frente parecia debater-se de algo que a agarrava e puxava. Emitia sons como se quisesse gritar mas não conseguisse. Em pânico procurei o interruptor que estava na parede e a luz voltou. Vi Barbie a andar de costas para mim.
-Eih estás bem?
Senti coração a acelerar e tinha medo de que quando ela se vira-se vi-se alguém sem rosto ou assim…
-Foi só uma falha de electricidade – Respondeu olhando para mim com desagrado e seguindo caminho.
Cheguei ao quatro e só quando me deitei na cama é que reparei que estava a tremer. Aquilo tinha-me assustado de morte. A medo, desliguei as luzes e cai num sono profundo.
3 comentários:
a saga da zoey la + pra frente tem mesmo corvos-humanos. parece q n fui a unica ler os livros tds ja publicados- e n estou apenas a falar dos portugueses obviamente ;)
o captulo devia ser maior....
Gostei mt. Esta lindo!
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