Fanfic: Unprotected - 1º Capitulo

Esta fanfic é uma continuação de Indomável.

1º Capitulo


Zoey RedBird – E pronto, agora só pudemos esperar… Sinto-me uma idiota a dizer isto.
Revirei a pequena faca de pedra entre as mãos, numa tentativa de descobrir um pormenor que fosse diferente, alguma coisa a alterar… Mas não, tudo estava perfeito na minha pequena obra de arte.
Passavam três dias, três míseros dias, desde que Neferet soltara um bichinho lindo com asas, se coroara rainha Tsi Sgili (ou seja, Rainha das Taradas que se alimentam de Morte… Na realidade, não podia ver sitio onde ela se encaixasse melhor…) e, mais importante, ela tinha ido buscar Stark… Eu era tão estúpida!! Quer dizer, a Neferet não quisera adiar a cerimónia, e também não estava lá… Claro que eu, com a minha mentalidade brilhante, não tinha percebido patacas… Mais do que habitual, aquilo era irritante.
Isso e a sensação intemporal daquele sitio. Tudo era igual, fosse dia ou fosse noite, pois não entrava luz… A única prova que eu tinha de que os segundos passavam, eram as horas no meu telemóvel, que agora mal abria para poupar bateria.
Raio dos Túneis! Porque raio é que no tempo da Lei Seca não tinham instalado ali umas tomadas eléctricas, feito umas cómodas jeitosas, posto uns candeeiros jeitosos no tecto e deixado um carregador para Telemóvel? Bem, acho que se tinham esquecido…
Atirei a faca para uma mesinha de madeira que Afrodite comprara, quatro ou cinco dias antes, com Stevie Rae.
Eu ficara numa pequena câmara com Stevie Rae, ao lado da das gémeas e à frente da de Erik… O chato daquilo era mesmo o facto de não haverem portas… Por isso tínhamos escolhido aquelas, com a entrada mais fechada.
De resto, com os montes de tempo livre que tínhamos, cada um se dedicara a decorar o seu quarto.
Erik e Afrodite estavam tramados, devido à falta de Afinidades com os elementos, situação que Afrodite invertera, ao servir-se das coisas que trouxera anteriormente, e acabando com uma verdadeira camarata.
De resto, eu e Stevie Rae dedicáramo-nos a esculpir as paredes (Adoro a afinidade com o ar… Sabiam que o vento tem muita força?) e a decorá-las com trepadeira e outras plantinhas do género.
Damien tratara de decorar o seu da mesma forma que eu, e Shanee e Erin tinham arranjado uma forma original de fazer com que o tecto permanecesse com uma constante neblina, o que lhe dava um aspecto mesmo fixe.
De resto, com excepção, aquele sitio tornara-se um verdadeiro aborrecimento…
É, e à falta de melhor, eu dedicara-me a construir pequenos objectos de pedra e a contar os minutos em que poderia sair para a rua e fazer as minhas “chamadas diárias”, que incluíam, presentemente, uma lista de:
Em Primeiríssimo lugar e muito destacada, a Irmã Mary Angela (que era a antiga freira que geria a Street Cats e não tinha nada com vampyros. Mais: Acreditava que Nyx era apenas outra forma da Virgem Maria. Ah, e quase me esquecia, salvara a vida da minha avó ao ficar perto dela no hospital e levando-a para debaixo da Abadia, de modo a que Kalona não a pudesse apanhar). Pelos vistos, estava tudo a correr bem com a avó (como raio é que a mulher levou o equipamento médico rua abaixo?) e elas, juntamente com todas as freiras da Abadia, estavam a salvo debaixo da Abadia.
Em segundo, vinha Heath que, extraordinariamente, confiara em mim e levara toda a sua família (e mais meia dúzia de chegados) para a cave da casa da avó.
Em terceiro, vinha a minha mãe… Não conseguira ainda falar com ela, embora desejasse ardentemente que Kalona ainda não tivesse tomado posse daquela parte do Oklahoma… Pelo que sabia, a nossa zona estava isolada, agora, do resto do mundo (obra da minha querida Megera armada em Rainha Tsi Sgili), e as noticias fora da área sob o poder dos Zomba Corvos e de Kalona (e de Neferet –mas agora ela era o menor dos meus problemas mesmo chatinhos) rareavam, e era impossível fazer chamadas para o exterior de Tulsa… Aliás, eu própria tinha muito pouco abastecimento de noticias… Que seca!
E por último, mas não menos premente, a minha chamada a Lenóbia. Nada, ela não me atendia nem ligava de volta (também não havia rede nos túneis), e isso deixava-me mesmo ralada… Queria falar com ela para saber se estava a correr tudo bem (ou se ainda havia alguma coisa para correr bem ou mal). Queria mesmo.
E pronto, estava enfiada num sitio bafiento, cheio de miúdos que (por mais que se esforçassem) continuavam a cheirar a ratazanas mortas e podres.
-Hum… Zoey? –a voz de Damien, hesitante, interrompeu a minha conversa –Achas que podemos… hum… falar?
Olhei-o, feita parva, até conseguir entender o que ele dissera –Credo, aqueles túneis afectavam mesmo a minha cabeça!
-Claro! –apressei-me a responder, tropeçando nas letras –O que foi?
Damien olhou-me, com a hesitação a crescer no seu olhar.
-Acho que devíamos falar todos. –esclareceu.
-Oh… OK.
Levantei-me e segui-o, enquanto ele chamava Shaunee e Erin (a pentear-se à volta de um buraquinho cheio de água a que chamavam “espelho”), Afrodite (toda derretida a fazer festinhas a Dário), Dário(todo entretido a receber festinhas de Afrodite), Erik (a olhar fixamente uma parede –Eu não disse que aquilo ali era entediante?), Stevie Rae (a conversar alegremente com Vénus) e Jack (a fazer um arranjinho com flores que Stevie Rae lhe dera).
Puxou-nos para dentro de uma câmara pequena, mas com espaço suficiente para nos sentarmos todos, e iniciou o seu discurso.
-Bem –Disse ele, pigarreando para clarear a voz –Acho que temos de falar.
Olhou-nos a todos, expectante, enquanto nós lhe retribuía-mos o olhar.
-Quero dizer –recomeçou ele, com olhar de quem queria dizer «Ai minha Deusa, vocês são lentos como uma porta!» -Temos de falar sobre a nossa condição.
Nada.
-Oh Por Amor da Deusa! Estamos aqui enfiados à três dias e ainda não decidimos o que vamos fazer!
E então ouviu-se uma exclamação geral de «Ah!!» de entendimento.
Ele prosseguiu, mais contente por estarmos a entender.
-Acho que temos de arranjar uma solução! E, ou permanecemos aqui e esperamos por Kalona, ou vamos a Kalona.
-Eu cá fico! –exclamou Erin, apressadamente.
-Apoiada! –retribuiu Shaunee.
-Damien –comecei, ignorando os comentários anteriores –Hum… Bem, nós não podemos simplesmente ir a Kalona… Ele come-nos!
Afrodite soltou uma risadinha.
-Literalmente. –acrescentou, com uma voz sugestiva e a mexer as sobrancelhas descaradamente.
-Francamente! –disse Shaunee.
-Metes nojo! –terminou Erin.
-Estava apenas a constatar um facto –disse Afrodite, com uma voz doce, sorrindo na sua direcção.
Dário passou um braço à volta da sua cintura, possessivamente, como se não achasse graça à brincadeira dela.
-A sacerdotista tem razão –proferiu ele, em voz alta –Não é seguro ir ter com Kalona, ele é extremamente poderoso. E seria perigoso, especialmente para as… -hesitou na escolha da última palavra.
-Raparigas –completei, rapidamente –E não me chames Sacerdotista Dário, por favor.
Ele fez um aceno de cabeça, como se tivesse percebido.
-O que me leva à terceira hipótese –afirmou Damien, rapidamente –Se não me tivessem interrompido, eu teria explicado. Estava só a criar uma leve discussão à volta do assunto, para vocês poderem confirmar o perigo.
Afrodite revirou os olhos ao ouvi-lo dizer aquilo.
Damien pigarreou novamente e prosseguiu.
-Eu acho que, se não conseguimos fazer nada, sozinhos, temos de pedir ajuda. Ajuda fora de Tulsa, fora do Oklahoma, e fora dos Estados Unidos.
O choque percorreu-me, e senti um reflexo do meu percorrer todos os outros. Pedir ajuda? Como é que fazíamos isso se estávamos cortados em tudo o que era meios de comunicação?
-Damien –murmurei, semi sufocada –Não é possível pedir ajuda, estamos sozinhos, isolados em Tulsa.
Custava-me dizer as palavras, como se estas queimassem a minha garganta com a verdade contida nelas.
-Oh, Mas eu tenho a solução Z. Eu tenhos sempre a solução! Vamos fortalecer-nos! Arranjamos apoio noutras Casas da Noite, com o Conselho de Nyx, talvez! Precisamos de combater, antes que Kalona tome posse de mais alguma coisa! Não podemos ficarde braços cruzados e esperar que hajam mais danos!–depois acrescentou, mais seriamente –Não podemos ficar a ver as pessoas morrer.
Engoli em seco, a tentar suprimir as lágrimas que ameaçavam saltar dos meus olhos sem razão aparente. Estava a ficar esgotada. Tinha saudades de Stark. Tinha saudades da Casa da Noite. Tinha saudades do mundo que conhecia… Sacudi as lágrimas sem nexo, e encarei-o, tentando chamá-lo à razão.
-Como? –perguntei, tentando parecer séria e confiante.
Damien colocou a mão no bolso e, com um ar enigmático, retirou um papel pequenino e dobrado.
-Arranjei-o hoje, isto é o comprovativo. São dois.
Estendeu-me o papel, para que eu o pudesse ler.
Olhei-o, espantada, com o pequeno comprovativo de viagem apertado fortemente entre as minhas mãos.
-Como é que o arranjas-te? –perguntei, atónita.
Ele sorriu orgulhosamente.
-Ninguém sabe de nada, Zo. Os habitantes não sabem o que se passa, só estão assustados… Os aviões não podem entrar aqui, mas Kalona e Neferet ainda os deixam sair… Se eles querem todo o mundo, não lhes importa se eles morrem agora ou se morrem depois… Os aviões que restam estão a partir, e já é difícil arranjar bilhetes… Mas o Jack arranjou-me uma ligação à Internet –ele sorriu-lhe ternamente –E eu ainda consegui comprar estes… Tulsa só está fechada por causa dos policias e de gente que poderia, eventualmente, descobrir o que se passava, e eles não querem isso enquanto ainda não tiverem forças para os combater… Pessoazinhas aterradas não lhes fazem diferença nenhuma.
-Mas nós não somos pessoazinhas aterradas –desdenhou Afrodite –e podíamos fazer diferença.
-Eu sei –admitiu Damien –Mas estou com esperança de que eles não saibam isso…
Eu interrompi-os, certa de que algo ali não ia correr bem.
-Damien, quem é que vamos dispensar? A Afrodite, porque é humana? Não dá, ela é precisa, por causa das cenas das visões e assim. Tu, a Shaunee ou a Erin? Fazem parte do circulo, não podem ir. Stevie Rae? Não só faz parte do circulo como é necessária aos vampiros vermelhos. Eu? Não me parece. O Erik? Precisamos que nos proteja. O Dário? Precisamos dele para o mesmo fim… Não à ninguém dispensável.
-É só uma viagem a Chicago! –estremeci, ao pensar que aquela era a Casa da Noite de Stark… Mas porque é que ele a escolhera? –E eu estava mesmo a pensar na Afrodite e… Bem, só comprei mais um para o caso de ser preciso –admitiu ele.
-E é. –proclamou Dário, subitamente em pé –Eu vou com ela, não a deixo ir sozinha.
-Mas Dário, nós precisamos de ti… -murmurei.
-Bem, se for extremamente necessário, posso ir eu a Shaunee, nós não nos importamos… E porque não dar uma olhadela lá na Casa da Noite de Chicago? Pode ser que hajam mais de onde o Stark veio… -ronronou Erin.
-Exactamente –confirmou Shaunee.
-Preciso de vocês para o circulo –lembrei.
-Eu posso ir sozinha –afirmou Afrodite –O Maios perigo está aqui, eles não me acham importante o suficiente para me seguirem, caso percebam que eu me fui. Já nem sou Iniciada... Eles não me querem para nada.
-Mas tu sabes demais para o gosto de Neferet… É uma hipótese… -olhei para Dário, com um sorriso triste –E não acho que haja mais alguma.
Ele pareceu confuso, depois obstinado, zangado, amedrontado e, depois, resignado.
-Se tiver de ser… Mas se ela não voltar em menos de uma semana, eu arranjo maneira de ir atrás dela.
-Eu sei –suspirei.
Damien deu um saltinho, todo contente.
-Boa! A viagem é daqui a doze horas, vai fazer as malas.
Afrodite não pareceu satisfeita com aquilo, mas limitou-se a fungar e a andar de nariz empinado para fora da sala, com Dário colado aos seus calcanhares.
Um silêncio brutal caiu sobre nós, que nos olhávamos nervosamente sem saber exactamente o que dizer.
-Temos de fazer qualquer coisa… -murmurou Stevie Rae, com um olhar penoso.
-Eu sei –soltei um grande suspiro, massajando as têmporas e fechando os olhos –Quem me dera saber o quê…
-Se calhar devíamos voltar… Acho que é mais fácil entrar assim, do que planear qualquer coisa do género emboscada… -murmurou Erin, quase inaudivelmente, do outro canto da sala.
-Não podemos voltar. Somos mortos. –apressou-se Damien a responder –e era verdade.
-Na realidade, por agora só podemos esperar… Talvez a Afrodite traga boas noticias –senti na minha voz uma vibração de entusiasmo que não sentia. Não era assim tão boa a mentir, mas talvez conseguisse manter aquela faceta de “vai correr tudo bem, eu sei o que é que estou a fazer” durante algum tempo… Pronto, não era uma bom plano, mas era o único, e não havia mais nada que eu pudesse fazer.
Merda!

6 comentários:

Jane disse...

Muito Giro!
Parabéns, para variar -.-'
**Kisses
Jane

Anónimo disse...

Esta fic é depois de que livro?

Katley disse...

Anonimo: Do Indomavel

Anónimo disse...

ok, obrigado pela informação.

P.S.- este blog está um espectáculo.

Katley disse...

Obrigada xD

Ines disse...

Tens razão anonimo está um espectaculo este blog!!!! :D

Bjx ines