Olá pessoal!
Bem nós divulgamos também que os nossos afiliados, Volturi Guard, estavam a fazer um concurso no qual ofereciam três livros Marcada.
Agora finalmente chegaram os vencedores! E os nossos amigos disponibilizaram-nos os textos para mostrar-mos a todos os fãs a criatividade destes três grandes vencedores!
Bem os concorrentes tinham que responder há pergunta: o que farias se fosses marcada/o?
Aqui fica a 1ª das três respostas mais originais, da Sara Mimo! Muitos parabéns pelo fantástico texto!
Deixem a vossa opinião! Comentem!
"Ansiava, desesperava, necessitava de sentir aquela sensação, desprender-me desta face mais racional, desta parte mais frágil que me denunciava como sendo um deles… deste meu lado mais humano. Por isso, grande parte de mim desejava ser marcada.
Agora, nestas ruas húmidas, percorrendo esta calçada invadida de pequenas poças de água, sob um intenso nevoeiro matinal, reflicto este meu desejo tornado realidade. E revejo, através de imagens que fulminam no meu pensamento, o momento em que isso aconteceu. Ao relembrar, as minhas mãos, denunciando a minha (ainda) actual situação humana, começam de imediato a suar, o bater do meu coração acelerado emite um rufar de tambores que parecem agora, estar instalados no interior de cada um dos meus dois ouvidos. “Acalma-te”- pensei. Sabia que a minha vida iria mudar, que aquele sentimento de aversão face à sociedade em que me encontrava iria desaparecer, que agora que lhes iria pertencer ou, pelo menos tentar, aquela sensação de não fazer parte de nenhum dos dois lados iria desaparecer por completo. No entanto, o vazio que este sentimento iria deixar, seria preenchido não sei bem pelo quê e, por mais que me concentrasse no lado positivo daquela notícia, por mais que o meu cérebro se esforçasse em me centrar na alegria daquele anúncio, uma vez mais, o meu lado humano me denunciava, demonstrando o medo que me invadia.
Todos os humanos sabiam da importância de se ser marcado. Mas nem todos lhe davam o mesmo ênfase que eu, nem todos tinham passado toda a infância a sonhar com isso, nem todos desejavam loucamente tornar-se um vampiro. Porém, todos sabiam da importância do modo como essa transformação iria, ou não, ocorrer. Sentei-me debaixo de um velho toldo, pertencente ao antigo sapateiro da cidade, encostei a cabeça naquela porta de madeira já corroída pelo passar dos anos e, por fim, fechei os olhos. Pensei nos meus pais, nos poucos, mas demasiado importantes, amigos que tinha, e até no Boro, o meu gato. Teria de os abandonar para iniciar o meu novo percurso, teria de ver o rosto dos meus pais reprovarem a ideia tentando, em vão, esconder a dor que isso lhes causava. E, pensando em tudo isto o meu coração mantinha ainda o seu bater incessante, como se, a cada batimento seu, me fosse injectada uma dor que percorria todo o meu corpo, uma dor insuportável, uma dor de perda.
Foi então que, abri os olhos de repente e, me permiti pensar no que realmente ser marcada implicava na minha vida, no quanto tornar-me vampira me transformaria na rapariga mais feliz do mundo – a possibilidade de ser igual a ele. Fechei novamente os olhos, desta vez com demasiada força, tentando controlar as lágrimas que agora me escorriam pelo rosto. “Vou ser como ele” – tranquilizei-me. E estava certa, tornar-me-ia no mesmo ser que amava. Bastou-me então, apenas essa constatação, para que aquela notícia fizesse, agora sim, todo o sentido. Fui marcada, e lutarei incessantemente para me tornar vampira, para me tornar num deles, para viver como ele."
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