Adormecera, e contudo era difícil livrar-me da dor miserável que atormentava o meu coração, se é que ele ainda existia após tantas lutas. Shaunee entrou no quarto com um tabuleiro, conseguia cheirar a canja, e vi uma Coca-Cola. O olhar dela tinha piedade, mas porra, eu não quero que me olhem assim.
-Hey Zoey... É melhor jantares algo antes que amanheça. - Atrás dela vinha Erin, com o mesmo olhar.
-Só a coca. - Sussurrei, e a Nala gatinhou pelas minhas pernas aninhando-se no meu ventre.
-Como te sentes? - Perguntou Erin com uma voz passiva
-Agora não, deixem-me apenas estar sozinha por favor.
-Mas Z tens de comer... - Aquele apelido mexera comigo de tal forma que o meu coração doeu ainda mais, e parecia impossível sentir algo assim de novo, as lágrimas desciam pela minha face.
-NÃO! NÃO ME VOLTEM A CHAMAR ISSO! NUNCA MAIS! NENHUM DE VOCES! SAIAM. - Ambas trocaram olhares.
-Zoey... - Continuou Erin, eu levantei-me derrubando Nala para o chão, tirei a Coca-Cola do tabuleiro, e entreguei este a Shaunee.
-AGORA SAIAM! -Gritei, e elas olharam-me com o mesmo olhar de pena, e depois saíram uma atrás da outra batendo a porta devagar.
Senti-me mal por ter gritado com elas, contudo senti uma pontada de razão. As lágrimas continuavam a rolar pelo meu rosto, a Nala roçou-se novamente nos meus pés. Peguei nela e coloquei-a no meu colo, ela ronronou.
-Desculpa. - Murmurei, e desatei a chorar novamente, abafei o choro com a almofada enquanto sentia os bigodes da Nala a fazerem-me cócegas no braço. Minutos ou horas depois, o choro decidiu abandonar-me, e vieram os soluços.
Parecia-me impossível sair daquele quarto. Era demasiado doloroso viver num mundo em que Erik já não residia. Era demasiado doloroso sair e enfrentar todos os olhares de pena e condolência. Nunca fora tão cobarde como agora. Era impossível sair daquele buraco em que o mundo fazia questão de me enterrar mais.
Depois daquele grito duvido que as gémeas voltem a entrar aqui tão cedo, e assim fui perdendo a noção do tempo. Passaram horas? Dias? Não sei. A noção de exterior foi-se desvanecendo em pouco tempo. Admira-me que Neferet não tenha dado numa de mãe cínica e vir aqui. Mas sinceramente não me interessa.
Perdi a noção do tempo, e sempre que acordava tinha alguma coisa para comer em cima da secretaria, acompanhada de uma Coca-Cola. Ainda era cedo, o sol estava a começar a pôr-se, e os reflexos alaranjados encheram o meu quarto. Então lembrei-me do meu piquenique com Heath, quando vi-mos o pôr-do-sol juntos á beira-mar. E questionei-me, se nunca tivesse sido Marcada, nunca teria sofrido, talvez ainda estivesse feliz - ou a fingir - ao lado de Heath, e era apenas uma adolescente normal. Mas se tentassem matar o Heath como tinham feito antes? Lembrei-me dos túneis, escuros e sujos. E senti o coração apertar e a falhar uma batida. Depois observei o sol, vermelho, já quase sumido, e ele lembrou-me o olhar e a marca de Stevie. E a minha mente finalmente iluminou-se, depois de dias vazia.
Stevie Rae morreu, mas ressuscitou. Erik morreu, mas poderá ressuscitar. Erik pode virar um podre, e eu podê-los salvar aos dois. Um sorriso pequenino e estúpido emergiu na minha face, na esperança que a minha teoria estivesse certa.
-Zoey, chega de te fechares aqui! – Disse Damien entrando de rompante no quarto, e olhei para ele espantada. – Por favor, já passou uma semana que estás aqui, estás a perder aulas importantes e acima de tudo, há alguém que deves saber que está aqui. – Acrescentou sorrindo.
-O quê? Quem? – Perguntei e notei que a minha voz estava seca e rouca.
-Anda e verás!
-Hey Zoey... É melhor jantares algo antes que amanheça. - Atrás dela vinha Erin, com o mesmo olhar.
-Só a coca. - Sussurrei, e a Nala gatinhou pelas minhas pernas aninhando-se no meu ventre.
-Como te sentes? - Perguntou Erin com uma voz passiva
-Agora não, deixem-me apenas estar sozinha por favor.
-Mas Z tens de comer... - Aquele apelido mexera comigo de tal forma que o meu coração doeu ainda mais, e parecia impossível sentir algo assim de novo, as lágrimas desciam pela minha face.
-NÃO! NÃO ME VOLTEM A CHAMAR ISSO! NUNCA MAIS! NENHUM DE VOCES! SAIAM. - Ambas trocaram olhares.
-Zoey... - Continuou Erin, eu levantei-me derrubando Nala para o chão, tirei a Coca-Cola do tabuleiro, e entreguei este a Shaunee.
-AGORA SAIAM! -Gritei, e elas olharam-me com o mesmo olhar de pena, e depois saíram uma atrás da outra batendo a porta devagar.
Senti-me mal por ter gritado com elas, contudo senti uma pontada de razão. As lágrimas continuavam a rolar pelo meu rosto, a Nala roçou-se novamente nos meus pés. Peguei nela e coloquei-a no meu colo, ela ronronou.
-Desculpa. - Murmurei, e desatei a chorar novamente, abafei o choro com a almofada enquanto sentia os bigodes da Nala a fazerem-me cócegas no braço. Minutos ou horas depois, o choro decidiu abandonar-me, e vieram os soluços.
Parecia-me impossível sair daquele quarto. Era demasiado doloroso viver num mundo em que Erik já não residia. Era demasiado doloroso sair e enfrentar todos os olhares de pena e condolência. Nunca fora tão cobarde como agora. Era impossível sair daquele buraco em que o mundo fazia questão de me enterrar mais.
Depois daquele grito duvido que as gémeas voltem a entrar aqui tão cedo, e assim fui perdendo a noção do tempo. Passaram horas? Dias? Não sei. A noção de exterior foi-se desvanecendo em pouco tempo. Admira-me que Neferet não tenha dado numa de mãe cínica e vir aqui. Mas sinceramente não me interessa.
Perdi a noção do tempo, e sempre que acordava tinha alguma coisa para comer em cima da secretaria, acompanhada de uma Coca-Cola. Ainda era cedo, o sol estava a começar a pôr-se, e os reflexos alaranjados encheram o meu quarto. Então lembrei-me do meu piquenique com Heath, quando vi-mos o pôr-do-sol juntos á beira-mar. E questionei-me, se nunca tivesse sido Marcada, nunca teria sofrido, talvez ainda estivesse feliz - ou a fingir - ao lado de Heath, e era apenas uma adolescente normal. Mas se tentassem matar o Heath como tinham feito antes? Lembrei-me dos túneis, escuros e sujos. E senti o coração apertar e a falhar uma batida. Depois observei o sol, vermelho, já quase sumido, e ele lembrou-me o olhar e a marca de Stevie. E a minha mente finalmente iluminou-se, depois de dias vazia.
Stevie Rae morreu, mas ressuscitou. Erik morreu, mas poderá ressuscitar. Erik pode virar um podre, e eu podê-los salvar aos dois. Um sorriso pequenino e estúpido emergiu na minha face, na esperança que a minha teoria estivesse certa.
-Zoey, chega de te fechares aqui! – Disse Damien entrando de rompante no quarto, e olhei para ele espantada. – Por favor, já passou uma semana que estás aqui, estás a perder aulas importantes e acima de tudo, há alguém que deves saber que está aqui. – Acrescentou sorrindo.
-O quê? Quem? – Perguntei e notei que a minha voz estava seca e rouca.
-Anda e verás!
By: Júuh e Sheprey
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