Abandoned:
Capítulo 3: Planos
Capítulo 3: Planos
Ele ajudou-me a vestir a camisola vermelha gira do American Eagle , como se nada se tivesse passado. Não, não havia qualquer tipo de tenção entre nós os dois, como se nada de mais tivesse acontecido – como se eu não tivesse acabado de perder a minha virgindade.
Só a ideia assustava.
Reparei que ele me tratava com gestos muito mais gentis, e sorria para mim. Foi quando me apercebi que não era nada de mais – Durante séculos preservara a virgindade e agora percebia que, independentemente do que mãezinhas preocupadas podiam pensar, não era mais que um título.
-Voltamos? – Perguntou-me, a sorrir.
-Claro! – Deu-me a mão e puxou-me para cima. Depois passou um braço pela minha cintura e começamos a andar, meio abraçados.
Chegamos ao dormitório pouco depois, eram sete e meia e Saunee, Erin, Damien, Jack e Cole – que estava a falar com Shaunee num clima mais, quente – estavam perto da NOSSA televisão, a ver um filme qualquer.
Se algum deles percebeu o que tinha acontecido, nenhum deles fez comentários – mas de certeza que perceberam – o que eu agradeci com todas as forças. Eu e Erik fomos instalar-nos no sofá, e eu comecei a pensar em Neferet.
Tinha de haver uma maneira de fazer alguma coisa, de me escapulir até ao depósito ou simplesmente arranjar maneira de fazer-lhe frente.
Analisei as minhas hipóteses.
Se contasse ao resto do grupo, eles iriam ter centenas de ideias, entre as quais estaria pelo menos uma boa –mas isso estava fora de questão, não os podia por em perigo.
Haviam testes nesta semana. Quer dizer, o primeiro período estava a acabar e tinham de ser feitas as avaliações –sim, a Casa da Noite não é nenhuma escola anormal, existem aulas, testes e até férias…- E tinha a minha solução! As férias estavam quase a chegar, o que me dava uma enorme vantagem: Tínhamos de passar as férias todas na Casa da Noite, porque se nos afastássemos dos vampes adultos durante mais de umas horas, morríamos; no entanto, nada impedia os pais de se instalar perto da escola, estar com os filhos durante as férias e até de passar Natal com eles, na festa que a Casa da Noite organizava. A vantagem? Neferet estaria ocupadíssima a falar com os pais, dar instruções aos miúdos para que não se afastassem, controlar as visitas e essas coisas todas que tinham de ser feitas, essa seria a ocasião ideal, e só faltava uma semana para o Natal (as ferias na Casa da Noite começavam mais tarde, mas acabavam mais tarde também por uma razão: Quando acabavam as ferias dos empregos dos pais, os alunos podiam gozar de alguns dias de descanso, antes das aulas e sem os paizinhos que muitas vezes só iam lá para os censurar ou dar boa impressão ao vizinhos –do género “Eu não vou abandonar o meu filho” –senti um arrepio na espinha, provavelmente a minha mãe e o traste do meu padrasto também iam…
-Z? O que é que foi?
-Nada Damien, estava a pensar nas ferias e lembrei-me dos meus pais!
-Oh, pois… Eu percebo isso!
-Eu sei que sim.
E depois virei-me para o filme que eles estavam a ver, para ver se me esquecia do terrível nó que o meu estômago dera.
-Zoey?
-Neferet?
-Podes dizer-me qual foi a importância da introdução dos direitos vampyricos na sociedade?
-Claro! Os direitos vampyricos foram importantes porque antes destes existirem, os vampyros não eram julgados perante os Direitos Humanos, e eram tratados como coisas, podendo até ser executados por crimes menores.
-Perceberam? O que Zoey disse –e muito bem –foi que antes de ser feita a Declaração dos Direitos Vampyricos, os humanos não nos aplicavam penas com base nos Direitos Humanos, visto que por sermos vampyros, não nos podem considerar humanos.
E acrescentou, com um ar maternal:
-Muito bem Zoey, fico feliz por ver que tomas atenção nas minhas aulas!
Fiquei furiosa. Quer dizer, ela e eu éramos rivais declaradas, no entanto ela tratava-me como se a nossa antiga relação ainda fosse viva e profunda, coisa que já não era.
Passei o resto da aula a pensar naquilo, sem perceber uma palavra sobre o facto de Lewis Smith ter reclamado com a falta de direitos dos vampyros, e de ter sido executado dias depois por causa de um alegado ataque à moral do pais (esquisito, não é?).
Só ouvi as ultimas palavras de Neferet:
-E para TPC quero que me entreguem uma composição sobre Lewis Smith sobre o conteúdo da aula.
“Merda!” pensei “Não ouvi uma única palavra durante a aula e não tenho o livro!”
Sai, na companhia de Damien, a pensar naquilo.
-Toma –disse ele, entregando-me o livro de Sociologia – Encontravas-te ligeiramente aluada na aula!
-Obrigada –agradeci. Nem sequer fiz comentários ao seu estranho vocabulário.
Continuei o dia todo a pensar no que havia de fazer para me escapulir até ao deposito nas ferias, incluindo na aula de equitação, coisa que, não passou despercebida a Lenóbia.
-Zoey? Oh, por favor! O que é que se passa contigo hoje?
-Desculpe, estava a pensar!
-Pois, vejo que sim, mas ainda falta um pouco para as férias, e tens de te concentrar para praticar para o exame de equitação, amanhã!
-Sim, desculpe. Vou fazer um esforço.
Ahh! Que raiva, já não me podiam deixar pensar em paz?
Finalmente o ultimo toque soou. Era uma das mais reconfortantes sensações, saber que podia desanuviar a cabeça e deitar-me na minha cama a pensar no assunto…
E fui mesmo!
Despachei Erin e Shanee que me interrogavam sobre a minha conversa com Erik (eu sabia que aquilo ia acontecer mais tarde ou mais cedo!), subi as escadas até ao dormitório, fiz rapidamente o ensaio do trabalho que Neferet mandara (ainda tinha três dias mas…) e depois deitei-me na cama.
Quer dizer (e eu começava a pensar sempre com esta frase, não precisam de perguntar!) eu não ia fazer aquilo sozinha, não conseguia –mas não podia contar a nenhum dos meus amigos porque isso faria com que ficassem em perigo, e eu não os queria por em perigo.
Sim, mas sozinha eu não ia! Não me podia por ali a rezar a Nyx que me abençoasse e me deixasse sobreviver a um batalhão de Iniciados mortos-vivos (sim, eu não sabia quantos eram) sozinha. Se fosse preciso, até ia com a minha pior inimiga…
Raios! Era só isso que me restava: a minha pior inimiga! Era irónico que eu fosse pedir à rapariga que mais odiava (mas que mesmo assim conseguia ter sido mais decente que Kayla) ajuda para salvar a que mais adorava!
Mas não me restava escolha: eu prometera a Stevie Rae que voltava, e a palavra de um Vampyro é vinculativa.
Então levantei. Se era para fazer aquilo, fazia já. Sai do quarto e dirigi-me à porta de Afrodite.
Só a ideia assustava.
Reparei que ele me tratava com gestos muito mais gentis, e sorria para mim. Foi quando me apercebi que não era nada de mais – Durante séculos preservara a virgindade e agora percebia que, independentemente do que mãezinhas preocupadas podiam pensar, não era mais que um título.
-Voltamos? – Perguntou-me, a sorrir.
-Claro! – Deu-me a mão e puxou-me para cima. Depois passou um braço pela minha cintura e começamos a andar, meio abraçados.
Chegamos ao dormitório pouco depois, eram sete e meia e Saunee, Erin, Damien, Jack e Cole – que estava a falar com Shaunee num clima mais, quente – estavam perto da NOSSA televisão, a ver um filme qualquer.
Se algum deles percebeu o que tinha acontecido, nenhum deles fez comentários – mas de certeza que perceberam – o que eu agradeci com todas as forças. Eu e Erik fomos instalar-nos no sofá, e eu comecei a pensar em Neferet.
Tinha de haver uma maneira de fazer alguma coisa, de me escapulir até ao depósito ou simplesmente arranjar maneira de fazer-lhe frente.
Analisei as minhas hipóteses.
Se contasse ao resto do grupo, eles iriam ter centenas de ideias, entre as quais estaria pelo menos uma boa –mas isso estava fora de questão, não os podia por em perigo.
Haviam testes nesta semana. Quer dizer, o primeiro período estava a acabar e tinham de ser feitas as avaliações –sim, a Casa da Noite não é nenhuma escola anormal, existem aulas, testes e até férias…- E tinha a minha solução! As férias estavam quase a chegar, o que me dava uma enorme vantagem: Tínhamos de passar as férias todas na Casa da Noite, porque se nos afastássemos dos vampes adultos durante mais de umas horas, morríamos; no entanto, nada impedia os pais de se instalar perto da escola, estar com os filhos durante as férias e até de passar Natal com eles, na festa que a Casa da Noite organizava. A vantagem? Neferet estaria ocupadíssima a falar com os pais, dar instruções aos miúdos para que não se afastassem, controlar as visitas e essas coisas todas que tinham de ser feitas, essa seria a ocasião ideal, e só faltava uma semana para o Natal (as ferias na Casa da Noite começavam mais tarde, mas acabavam mais tarde também por uma razão: Quando acabavam as ferias dos empregos dos pais, os alunos podiam gozar de alguns dias de descanso, antes das aulas e sem os paizinhos que muitas vezes só iam lá para os censurar ou dar boa impressão ao vizinhos –do género “Eu não vou abandonar o meu filho” –senti um arrepio na espinha, provavelmente a minha mãe e o traste do meu padrasto também iam…
-Z? O que é que foi?
-Nada Damien, estava a pensar nas ferias e lembrei-me dos meus pais!
-Oh, pois… Eu percebo isso!
-Eu sei que sim.
E depois virei-me para o filme que eles estavam a ver, para ver se me esquecia do terrível nó que o meu estômago dera.
-Zoey?
-Neferet?
-Podes dizer-me qual foi a importância da introdução dos direitos vampyricos na sociedade?
-Claro! Os direitos vampyricos foram importantes porque antes destes existirem, os vampyros não eram julgados perante os Direitos Humanos, e eram tratados como coisas, podendo até ser executados por crimes menores.
-Perceberam? O que Zoey disse –e muito bem –foi que antes de ser feita a Declaração dos Direitos Vampyricos, os humanos não nos aplicavam penas com base nos Direitos Humanos, visto que por sermos vampyros, não nos podem considerar humanos.
E acrescentou, com um ar maternal:
-Muito bem Zoey, fico feliz por ver que tomas atenção nas minhas aulas!
Fiquei furiosa. Quer dizer, ela e eu éramos rivais declaradas, no entanto ela tratava-me como se a nossa antiga relação ainda fosse viva e profunda, coisa que já não era.
Passei o resto da aula a pensar naquilo, sem perceber uma palavra sobre o facto de Lewis Smith ter reclamado com a falta de direitos dos vampyros, e de ter sido executado dias depois por causa de um alegado ataque à moral do pais (esquisito, não é?).
Só ouvi as ultimas palavras de Neferet:
-E para TPC quero que me entreguem uma composição sobre Lewis Smith sobre o conteúdo da aula.
“Merda!” pensei “Não ouvi uma única palavra durante a aula e não tenho o livro!”
Sai, na companhia de Damien, a pensar naquilo.
-Toma –disse ele, entregando-me o livro de Sociologia – Encontravas-te ligeiramente aluada na aula!
-Obrigada –agradeci. Nem sequer fiz comentários ao seu estranho vocabulário.
Continuei o dia todo a pensar no que havia de fazer para me escapulir até ao deposito nas ferias, incluindo na aula de equitação, coisa que, não passou despercebida a Lenóbia.
-Zoey? Oh, por favor! O que é que se passa contigo hoje?
-Desculpe, estava a pensar!
-Pois, vejo que sim, mas ainda falta um pouco para as férias, e tens de te concentrar para praticar para o exame de equitação, amanhã!
-Sim, desculpe. Vou fazer um esforço.
Ahh! Que raiva, já não me podiam deixar pensar em paz?
Finalmente o ultimo toque soou. Era uma das mais reconfortantes sensações, saber que podia desanuviar a cabeça e deitar-me na minha cama a pensar no assunto…
E fui mesmo!
Despachei Erin e Shanee que me interrogavam sobre a minha conversa com Erik (eu sabia que aquilo ia acontecer mais tarde ou mais cedo!), subi as escadas até ao dormitório, fiz rapidamente o ensaio do trabalho que Neferet mandara (ainda tinha três dias mas…) e depois deitei-me na cama.
Quer dizer (e eu começava a pensar sempre com esta frase, não precisam de perguntar!) eu não ia fazer aquilo sozinha, não conseguia –mas não podia contar a nenhum dos meus amigos porque isso faria com que ficassem em perigo, e eu não os queria por em perigo.
Sim, mas sozinha eu não ia! Não me podia por ali a rezar a Nyx que me abençoasse e me deixasse sobreviver a um batalhão de Iniciados mortos-vivos (sim, eu não sabia quantos eram) sozinha. Se fosse preciso, até ia com a minha pior inimiga…
Raios! Era só isso que me restava: a minha pior inimiga! Era irónico que eu fosse pedir à rapariga que mais odiava (mas que mesmo assim conseguia ter sido mais decente que Kayla) ajuda para salvar a que mais adorava!
Mas não me restava escolha: eu prometera a Stevie Rae que voltava, e a palavra de um Vampyro é vinculativa.
Então levantei. Se era para fazer aquilo, fazia já. Sai do quarto e dirigi-me à porta de Afrodite.
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