"Abandoned"
Capítulo 10: Determinação
-Zoey, esta à a tua nova companheira de quarto, Alisha! Gostava que lhe explicasses como funciona a Casa da Noite! –depois virou-se para a rapariga tremula –Alisha, esta é a Zoey RedBird, ela deverá guiar-te aqui na casa da noite! As tuas malas chegam dentro de algumas horas, até lá Zoey pode levar-te até ao vosso quarto e esclarecer as tuas duvidas! Até logo meninas!
E saiu da sala.
-O…Olá… -cumprimento-me Alisha. Não parecia o género de rapariga que se assustasse, mas aquilo era suficiente para assustar qualquer um.
Pus o meu sorriso mais simpático e respondi-lhe.
-Olá, bem vinda à Casa da Noite de Tulsa! Anda comigo, eu levo-te ao teu quarto!
-Ok, obrigada.
Seguiu-me pela escada acima até ao quarto, e pareceu ficar chocada quando entrou no espaço acolhedor e simpático, onde agora iria dormir.
-O que foi? Não pensaste que fosse uma masmorra pois não?
-Por acaso, pensei! –Agora já sorria, embora não muito confiante.
-Olá, eu sou Alisha Stevens, tenho dezasseis anos, faço dezassete a catorze de Janeiro. Andava no UHS, antes de ser marcada logo a seguir… -a voz falhou-lhe e ela começou a chorar, mas abanou a cabeça e voltou a fixar-se em mim.
-Desculpa lá isto, mas eu tinha uma vida fantástica! Eu era chefe de claque –independentemente daquela fama dos filmes, eu não era nenhuma megera! – e tínhamos acabado de ganhar um jogo! Saímos do jogo às cinco e fomos comemorar para o sitio do costume, antes da festa que já estava planeada para logo à noite, se ganhássemos. Chegamos lá rapidamente, e estávamos a comemorar, em plena rua, quando um homem estranho se começou a aproximar! No início não percebi como era porque estava a escurecer, apenas percebi que era incrivelmente bonito. Pensei que era um jogador da outra equipa, que viesse para chatear como de costume, por isso fui chamar alguns dos rapazes para tratarem dele… Mas quando chegamos perto dele… Bem, reparamos nas tatuagens e percebemos que era um caça-cabeças… Eu fiquei estonteada, quer dizer, só dois rapazes da UHS é que tinham sido marcados, pelo menos que eu tenha visto, e pensei que era um deles, ou talvez um dos convidados que estavam a festejar, mas ele apontou para mim! Para mim, imagine-se! Eu! Alisha Stevens!
Abanou a cabeça e recomeçou a chorar.
Eu nunca simpatizara com chefes de claque. Pelo menos a de Browken Arrow era uma cabra dos pés à cabeça. Andava sempre metida com algum rapaz e se houvesse um escândalo ela teria um papel nele, nem que fosse muito pequenino, para além de ser burra como uma porta. No entanto a rapariga quase mulata -não era mulata, mas estava muito bronzeada, o que me deixou a pensar para onde teria ela ido de férias parecia muitíssimo simpática –e assustada -, e deixou-me com aquela sensação de já a ter visto um milhão de vezes, mas parecer estar a vê-la pela primeira vez. Tentei consola-la, embora nunca tenha tido muito jeito.
-Deixa estar isso! –tentei acalma-la –Não faz mal! Eu também fui marcada, e depois recompus-me! E os teus pais devem estar ai para o Natal…
-Foi horrível…-disse ela entre soluços –Estava lá toda a gente a olhar… Eu era a esquisita, a anormal. Como é que foi contigo?
Pensei naquilo. Comigo não fora tão mau porque os meus pais odiavam-me, mas mesmo assim fora péssimo. Decidi contar-lhe a verdade, e deitei-me a relatar cada pormenor.
Terminei o reato rapidamente, e reparei que ela olhava para a minha marca.
-Como é que isso te aconteceu? Nenhum dos miúdos lá em baixo tinha essa marca…
-A minha marca é… diferente. Bem, só deverias ter esta quando te tornasses uma vampyra, e mesmo assim não era suposto haver umas nas costas e …
-Há mais? –perguntou, estupefacta.
-Há –respondi-lhe, baixado a camisola e virando-me de costas para ela.
-Uhau! São lindas!
-São –respondi com um sorriso –mas não queiras ter umas assim.
-Pois, deve ser esquisito ser a diferente.
Aquela frase trouxe-me alguém à cabeça. Luke.
-Sabes, estou farta de estar aqui! Anda comigo e eu mostro-te a escola!
-Tudo bem.
Saí precipitadamente do quarto, desci as escadas e atirei-me para o ar fresco da rua.
Ali estava incrivelmente frio, devido à neve que se acumulara. Alisha vestira um casaco e umas botas grandes e estava agora percorrer a neve fria ao meu lado, bebendo cada uma das palavras que eu usava para lhe explicar o sistema da Casa da Noite.
-E isto é o teu horário –disse eu, tirando o papelinho do bolso –temos sociologia juntas. Na hora em que eu faço equitação tu fazes ginástica.
-Óptimo! – exclamou ela –Era mesmo o que eu queria. Sabes, agora que estás a falar nisto, até parece uma escola engraçada. Nunca dormi na minha escola, o que eu queria era fugir de lá!
-Também pensei nisso quando cá cheguei!
-Quem é que não pensa? –disse ela, cabisbaixa –Vamos ser obrigados a estar longe dos nossos pais e amigos. Não podemos sair. Estamos presos aqui!
-Não. Não estamos! Podes fazer amigos novos, tal como eu fiz –não precisava de lhe dizer que mantivera o ex-quase-namorado –e podes sair daqui!
-Posso? –os seus olhos brilhavam.
-Podes, mas não podes ficar longe muitas horas porque se não o teu corpo…
-Rejeita a mudança! –concluiu ela –Porquê?
-Ninguém sabe, mas espero que descubram! Só se sabe que não podes ficar longe dos vampes por muito tempo.
-Vampes?
-É o que chamamos aos vampyros adultos…
-Ah, estou a ver… Mas não deixa de ser difícil, sabes? Primeiro com o Chris e depois…
-Chris? Namoravas com o Chris Ford?
-Sim, namorávamos já há dois anos, um recorde para um jogador de futebol… E foi tão perto deste sitio… Eu odiei-vos! Amaldiçoei-vos por existirem! Quis que todos os vampyros morressem e que todos os futuros vampyros também! E todos os que fossem marcados depois disso! Irónico, não é?
Fiquei calada, a tentar assimilar o que ela me dissera. A minha mente disparara mais rápido do que eu pensara ser possível. “Chris Ford…Ela faria tudo para o vingar… Tudo… Inclusive vir comigo aos túneis, vingar a morte do seu companheiro! Mas o outro lado, o lado bom e que começava mesmo a gostar de Alisha, ripostou “Não podes fazer isso! Pobre rapariga! Olha lá o que lhe queres fazer! És mesmo egoísta, Zoey RedBird!” Fiquei sobressaltada, não costumava usar o meu apelido quando falava comigo própria… Mas que raio é que eu estava para ali a pensar?
-Zoey? Zoey?!? Tu sabes qualquer coisa! Eu sei que sabes! O que é? Quem foi? Diz-me Zoey! Eu nunca acreditei na historia do mendigo! E continua ai, não é? Zoey, não vale a pena mentires!
Pensei bem naquilo. Era a minha única oportunidade. O que faria?
-O quê? Oh, não! Eu estava a pensar que também conhecia o Chris e o Brad!
-Zoey, se fosse contigo, não gostavas que dissesse a verdade? Por favor! Não consigo viver assim! Tenho de saber! Eu amava-o! A sério, não são tretas, eu não era, não fui, nem nunca serei uma galderia! Estava com ele porque o adorava, sabes o quanto eu sofri?
Pensei rapidamente no quanto gostaria que me dissessem a causa da morte de Heath ou Erik, caso algo lhes acontecesse, por isso deitei de rajada:
-Sim, estão ai! Mas não sei o que são, nem onde estão! –Ok, eu não podia dizer toda a verdade!
-Ainda bem! Porque agora que sou vampyra –ou quase –vou vinga-lo! E vou partir o pescoço a qualquer coisa!
Não pude deixar de sorrir ao ouvir aquilo. Era o tipo de determinação que me levara a salvar Heath.
O meu estômago virou-se: Teria sido impossível demover-me, e não ia ser diferente com Alisha!
E saiu da sala.
-O…Olá… -cumprimento-me Alisha. Não parecia o género de rapariga que se assustasse, mas aquilo era suficiente para assustar qualquer um.
Pus o meu sorriso mais simpático e respondi-lhe.
-Olá, bem vinda à Casa da Noite de Tulsa! Anda comigo, eu levo-te ao teu quarto!
-Ok, obrigada.
Seguiu-me pela escada acima até ao quarto, e pareceu ficar chocada quando entrou no espaço acolhedor e simpático, onde agora iria dormir.
-O que foi? Não pensaste que fosse uma masmorra pois não?
-Por acaso, pensei! –Agora já sorria, embora não muito confiante.
-Olá, eu sou Alisha Stevens, tenho dezasseis anos, faço dezassete a catorze de Janeiro. Andava no UHS, antes de ser marcada logo a seguir… -a voz falhou-lhe e ela começou a chorar, mas abanou a cabeça e voltou a fixar-se em mim.
-Desculpa lá isto, mas eu tinha uma vida fantástica! Eu era chefe de claque –independentemente daquela fama dos filmes, eu não era nenhuma megera! – e tínhamos acabado de ganhar um jogo! Saímos do jogo às cinco e fomos comemorar para o sitio do costume, antes da festa que já estava planeada para logo à noite, se ganhássemos. Chegamos lá rapidamente, e estávamos a comemorar, em plena rua, quando um homem estranho se começou a aproximar! No início não percebi como era porque estava a escurecer, apenas percebi que era incrivelmente bonito. Pensei que era um jogador da outra equipa, que viesse para chatear como de costume, por isso fui chamar alguns dos rapazes para tratarem dele… Mas quando chegamos perto dele… Bem, reparamos nas tatuagens e percebemos que era um caça-cabeças… Eu fiquei estonteada, quer dizer, só dois rapazes da UHS é que tinham sido marcados, pelo menos que eu tenha visto, e pensei que era um deles, ou talvez um dos convidados que estavam a festejar, mas ele apontou para mim! Para mim, imagine-se! Eu! Alisha Stevens!
Abanou a cabeça e recomeçou a chorar.
Eu nunca simpatizara com chefes de claque. Pelo menos a de Browken Arrow era uma cabra dos pés à cabeça. Andava sempre metida com algum rapaz e se houvesse um escândalo ela teria um papel nele, nem que fosse muito pequenino, para além de ser burra como uma porta. No entanto a rapariga quase mulata -não era mulata, mas estava muito bronzeada, o que me deixou a pensar para onde teria ela ido de férias parecia muitíssimo simpática –e assustada -, e deixou-me com aquela sensação de já a ter visto um milhão de vezes, mas parecer estar a vê-la pela primeira vez. Tentei consola-la, embora nunca tenha tido muito jeito.
-Deixa estar isso! –tentei acalma-la –Não faz mal! Eu também fui marcada, e depois recompus-me! E os teus pais devem estar ai para o Natal…
-Foi horrível…-disse ela entre soluços –Estava lá toda a gente a olhar… Eu era a esquisita, a anormal. Como é que foi contigo?
Pensei naquilo. Comigo não fora tão mau porque os meus pais odiavam-me, mas mesmo assim fora péssimo. Decidi contar-lhe a verdade, e deitei-me a relatar cada pormenor.
Terminei o reato rapidamente, e reparei que ela olhava para a minha marca.
-Como é que isso te aconteceu? Nenhum dos miúdos lá em baixo tinha essa marca…
-A minha marca é… diferente. Bem, só deverias ter esta quando te tornasses uma vampyra, e mesmo assim não era suposto haver umas nas costas e …
-Há mais? –perguntou, estupefacta.
-Há –respondi-lhe, baixado a camisola e virando-me de costas para ela.
-Uhau! São lindas!
-São –respondi com um sorriso –mas não queiras ter umas assim.
-Pois, deve ser esquisito ser a diferente.
Aquela frase trouxe-me alguém à cabeça. Luke.
-Sabes, estou farta de estar aqui! Anda comigo e eu mostro-te a escola!
-Tudo bem.
Saí precipitadamente do quarto, desci as escadas e atirei-me para o ar fresco da rua.
Ali estava incrivelmente frio, devido à neve que se acumulara. Alisha vestira um casaco e umas botas grandes e estava agora percorrer a neve fria ao meu lado, bebendo cada uma das palavras que eu usava para lhe explicar o sistema da Casa da Noite.
-E isto é o teu horário –disse eu, tirando o papelinho do bolso –temos sociologia juntas. Na hora em que eu faço equitação tu fazes ginástica.
-Óptimo! – exclamou ela –Era mesmo o que eu queria. Sabes, agora que estás a falar nisto, até parece uma escola engraçada. Nunca dormi na minha escola, o que eu queria era fugir de lá!
-Também pensei nisso quando cá cheguei!
-Quem é que não pensa? –disse ela, cabisbaixa –Vamos ser obrigados a estar longe dos nossos pais e amigos. Não podemos sair. Estamos presos aqui!
-Não. Não estamos! Podes fazer amigos novos, tal como eu fiz –não precisava de lhe dizer que mantivera o ex-quase-namorado –e podes sair daqui!
-Posso? –os seus olhos brilhavam.
-Podes, mas não podes ficar longe muitas horas porque se não o teu corpo…
-Rejeita a mudança! –concluiu ela –Porquê?
-Ninguém sabe, mas espero que descubram! Só se sabe que não podes ficar longe dos vampes por muito tempo.
-Vampes?
-É o que chamamos aos vampyros adultos…
-Ah, estou a ver… Mas não deixa de ser difícil, sabes? Primeiro com o Chris e depois…
-Chris? Namoravas com o Chris Ford?
-Sim, namorávamos já há dois anos, um recorde para um jogador de futebol… E foi tão perto deste sitio… Eu odiei-vos! Amaldiçoei-vos por existirem! Quis que todos os vampyros morressem e que todos os futuros vampyros também! E todos os que fossem marcados depois disso! Irónico, não é?
Fiquei calada, a tentar assimilar o que ela me dissera. A minha mente disparara mais rápido do que eu pensara ser possível. “Chris Ford…Ela faria tudo para o vingar… Tudo… Inclusive vir comigo aos túneis, vingar a morte do seu companheiro! Mas o outro lado, o lado bom e que começava mesmo a gostar de Alisha, ripostou “Não podes fazer isso! Pobre rapariga! Olha lá o que lhe queres fazer! És mesmo egoísta, Zoey RedBird!” Fiquei sobressaltada, não costumava usar o meu apelido quando falava comigo própria… Mas que raio é que eu estava para ali a pensar?
-Zoey? Zoey?!? Tu sabes qualquer coisa! Eu sei que sabes! O que é? Quem foi? Diz-me Zoey! Eu nunca acreditei na historia do mendigo! E continua ai, não é? Zoey, não vale a pena mentires!
Pensei bem naquilo. Era a minha única oportunidade. O que faria?
-O quê? Oh, não! Eu estava a pensar que também conhecia o Chris e o Brad!
-Zoey, se fosse contigo, não gostavas que dissesse a verdade? Por favor! Não consigo viver assim! Tenho de saber! Eu amava-o! A sério, não são tretas, eu não era, não fui, nem nunca serei uma galderia! Estava com ele porque o adorava, sabes o quanto eu sofri?
Pensei rapidamente no quanto gostaria que me dissessem a causa da morte de Heath ou Erik, caso algo lhes acontecesse, por isso deitei de rajada:
-Sim, estão ai! Mas não sei o que são, nem onde estão! –Ok, eu não podia dizer toda a verdade!
-Ainda bem! Porque agora que sou vampyra –ou quase –vou vinga-lo! E vou partir o pescoço a qualquer coisa!
Não pude deixar de sorrir ao ouvir aquilo. Era o tipo de determinação que me levara a salvar Heath.
O meu estômago virou-se: Teria sido impossível demover-me, e não ia ser diferente com Alisha!
2 comentários:
Parabéns, está mesmo gira e viciantee!
Tens futuro Tina ahah
A serio? Muito obrigada, isso significa mt para mim!:)
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